Cultura

Pediatra incentiva que pais resgatem as brincadeiras tradicionais com os filhos

As brincadeiras de rua geralmente são jogadas em grupo, estimulando a convivência, competitividade saudável, liderança e divisão de tarefas

Obesidade? Agitação? Hiperatividade? Dificuldade no aprendizado? De acordo com a pediatra Ana Carolina Brito, um passeio no parque, uma sessão de brincadeiras antigas ou uma tarde na praia trazem grandes benefícios para a saúde das crianças.

Para a médica, incentivar os filhos a brincar é uma forma de compensar a artificialidade da vida contemporânea. Ela diz que a reconexão com os espaços naturais faz bem para a criança, para os adultos, e para a conservação de brincadeiras saudáveis.

As brincadeiras são parte marcante da infância de muitos pais e mães que têm hoje entre 30 a 50 anos. Contudo, sabemos que as crianças de hoje em dia não terão as mesmas lembranças, pois passam muito mais tempo diante de telas do que brincando em grupo.

“Quando os pais ensinam as brincadeiras de rua para seus filhos, além do resgate da própria infância, há a manutenção dessas brincadeiras, para que realmente não se acabem, pelo desconhecimento das crianças atuais”, explica.

O avanço da tecnologia afastou as crianças das antigas e tradicionais brincadeiras de rua. O aumento dos carros, os utensílios, videogames e celulares tomaram o espaço das brincadeiras de roda, amarelinha, bolinha de gude entre outros.

De acordo com a pediatra, os pais devem brincar junto com os filhos. “É necessário a presença dos pais investindo em tempo agradável com seus filhos o que fortalece o vínculo de cuidado e afeto e previne o abandono infantil e a violência doméstica. O excesso de tecnologia que as crianças de hoje são impostas atrapalha o convívio social e familiar e as brincadeiras de rua resgatam a cultura e contato parental”, afirma a médica.

Outro benefício, é que as brincadeiras de rua geralmente são jogadas em grupo, estimulando a convivência, competitividade saudável, liderança e divisão de tarefas. Outro ponto importante, é que geralmente são realizadas ao ar livre, culminando em atividade física e estimulação sensorial.

“As atividades devem ser estimuladas e desenvolvidas sempre com supervisão de um adulto, que pode também participar da brincadeira e optar sobre o local mais seguro para ela acontecer. Vários brinquedos podem ser confeccionados em conjunto e as brincadeiras determinadas de acordo com a idade e capacidade de desenvolvimento de cada criança”, finaliza a médica.