Política

Petrônio Araújo relata dificuldades para candidaturas independentes

O pré-candidato ao Governo afirmou que os partidos grandes também controlam as decisões dos pequenos, considerados independentes

Pré-candidato ao Governo do Estado, o médico cardiologista Petrônio Araújo, afirmou que uma das maiores dificuldades de candidatura independente, é fazê-la chegar às eleições. Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, domingo, 6, ele afirmou que manter a candidatura é até mesmo mais difícil que ganhar as eleições, pois assim como existem forças para articular, existem outras para derrubar. 

O médico já foi candidato ao Governo do Estado em outros pleitos, o último foi em 2010, ano em que José de Anchieta foi eleito para o segundo mandato. Na época, ele desistiu da candidatura durante o processo de campanha e declarou apoio a outro candidato. Quando questionado se desistiria novamente, afirmou que desta vez pretende ir até o fim.

“Eu nunca desisti de candidaturas, acontece que as candidaturas são negociadas, são vendidas e à medida que crescem passam a valer mais. Isso não é controlado pelo candidato, mas pelo partido. Infelizmente no Brasil não é possível ser candidato avulso, sem partido, como nos Estados Unidos, Inglaterra e França”, disse.

Segundo Araújo, hoje em dia no Brasil muitos destes partidos se tornaram verdadeiras organizações criminosas. “Eles têm donos e só sai candidato quem comunga com os interesses deles. Não é fácil viabilizar uma candidatura independente. Basta analisar quem são os presidentes desses grandes partidos”, pontuou.

Para o pré-candidato, os partidos grandes querem acabar com os partidos menores, não por questão de ingovernabilidade como alegam, pois não existe essa diferença ideológica toda, mas sim para acessar mais recursos do fundo partidário que pode chegar a bilhões. “Se eles tirarem a maioria dos partidos do jogo, eles ficam com essa bolada só para eles. É muito dinheiro e quem paga é a sociedade”, explicou.

Ele destacou ainda que as candidaturas independentes de partidos de esquerda também não são a solução. “Esses partidos apoiam o socialismo, que é uma fábrica de produzir miséria e pobreza, a Venezuela é prova viva disso. Precisamos de um candidato que saiba dos verdadeiros problemas da nossa sociedade e queira resolvê-los. Acho que deveria haver uma revolução da sociedade e sei que a sociedade não vai fazer isso. O meu nome está à disposição do meu partido para isso”, declarou.

Ele aponta uma intervenção como solução para o fim da corrupção. “Acredito que deveria haver uma intervenção para colocar ordem no país e acabar com essas organizações que saqueiam o erário e o patrimônio do país. É necessário um processo de redemocratização. O que acontece hoje é que quem comanda é quem mais tem dinheiro e essas organizações têm bilhões”, disse.

CENÁRIO LOCAL – Araújo afirmou que um dos maiores desafios do próximo governante é gerenciar a crise imigratória. “Atualmente esse é o maior problema do nosso Estado. Antes éramos capazes de propor o tratamento e planejar a solução proporcionando uma qualidade de vida para o nosso povo, fazendo os segmentos funcionarem. Porém, agora com essa imigração desordenada e incessante isso se tornou impossível. Roraima não tem infraestrutura para suportar todo esse povo. Não adianta levar 500 pessoas para fora se temos mais de 50 mil venezuelanos em Roraima, mais de 10% da população do Estado. Esse é o maior problema que o próximo governante terá em mãos”, concluiu.