Política

Plebiscito contra Maduro terá pontos de votação em Roraima

Eleitores venezuelanos que moram em Roraima poderão votar no plebiscito organizado pela oposição em quatro locais

A Mesa da Unidade Democrática, partido de oposição ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deve realizar neste domingo, 16, um plebiscito contra o governante, contra a convocação da Assembleia Constituinte e contra o papel desempenhado atualmente pelas Forças Armadas do País.

A oposição instalará 1.600 locais de recolhimento de votos para a consulta, que acontecerá em paralelo com os protestos realizados há três meses e que já deixaram 89 mortos. Os cerca de 30 mil venezuelanos que moram em Roraima poderão participar do plebiscito votando em quatro pontos de coleta de votos: na Praça das Águas, no Centro, e nos bairros Pintolândia, Cidade Satélite e Caimbé. Como requisitos, os votantes precisam ser maiores de idade e levar cédula de identidade ou passaporte. Não é necessário estar inscrito no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para votar.

A consulta popular, que não conta com o aval do governo venezuelano, será realizada duas semanas antes da eleição da Assembleia Constituinte e, embora não tenha caráter obrigatório, serviria como um termômetro para “mostrar que o país não quer a Constituinte, como um superpoder que irá reger o país por tempo indeterminado”. “Convocamos este 16 de julho para escolher o futuro do país neste processo nacional de decisão soberana”, disse Julio Borges, presidente do Parlamento, em seu discurso.

Para o cientista político Luis Salamanca, o plebiscito é um ato “não vinculante” e “moralmente simbólico”, que não detém a Constituinte, mas “serve para mobilizar as pessoas”. Na consulta também perguntarão aos venezuelanos o papel que demandam aos funcionários e às Forças Armadas “para restituir a ordem constitucional” e se apoiam a “renovação dos poderes públicos que se encontram à margem da Constituição”. Segundo a empresa Datanálisis, sete em cada dez venezuelanos rechaçam a Constituinte. O plebiscito será um cenário “para que as pessoas expressem o que o regime não lhes deixa expressar”, apontou Salamanca.

Nesse mesmo dia, o poder eleitoral realizará uma simulação das eleições da Assembleia Constituinte convocada por Maduro. “O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) disponibilizará 2.000 máquinas de votação no domingo 16 julho, em um simulacro para orientar os cidadãos sobre as formas de exercer o direito ao voto”, informou um comunicado do organismo.

O CNE anunciou que ativará “alguns centros de votação” em todo o país, sem fornecer mais detalhes. Maduro assegura que com a Constituinte, que regerá o país por tempo indeterminado, trará a estabilidade política e econômica.

Governo Maduro considera plebiscito ilegal e ilegítimo

A Constituição venezuelana permite a convocação de um plebiscito desde que seja por iniciativa do presidente, da maioria do Parlamento ou de pelo menos 10% de eleitores inscritos no Registro Eleitoral do País.

O cônsul-adjunto da Venezuela em Roraima, José Martí Uriana Morán, explicou que essa consulta não tem validade nem aprovação do árbitro eleitoral. “Essa consulta realizada pela oposição carece de validade e legitimidade. Ela é feita de forma ilegal e nós, como governo, não podemos dar validade para esse plebiscito, pois não existe na Constituição a figura do plebiscito. Existe apenas referendo, consulta. Orientamos os venezuelanos a não participarem desse plebiscito, pois é ilegítimo e não podemos colaborar com algo ilegal”, disse.

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