Política

Polícia Militar vai intensificar combate ao crime organizado

Militares da reserva foram convocados e o comandante da PM anunciou novo concurso público para colocar mais homens nas ruas

Após 50 dias à frente do comando da Polícia Militar de Roraima, o coronel Edison Prola fez uma avaliação dos primeiros dias de sua gestão e falou sobre as mudanças estratégicas que estão sendo feitas na corporação para intensificar o combate ao crime organizado.

Ele confirmou, em entrevista exclusiva à Folha, que está sendo criado um grupo especializado que vai atuar de forma direta na guerra ao crescimento do crime em Roraima. “A diferença do meu comando passado para esse é o aumento da criminalidade, dessa violência em relação ao crime organizado que está em todos os estados do Brasil e Roraima não podia ficar longe disso. Nós temos hoje, além do policiamento ostensivo, uma segunda malha que é a tropa especializada da polícia e vamos usar essa tropa de forma eficiente para intensificar esse combate”, explicou.

Prola confirmou que três facções criminosas atuam no Estado: o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e a Família do Norte (FDN). “O PCC tem o maior número de integrantes e a gente tem visto uma crescente nisso. O que mais me preocupa é a influência do crime organizado na criança. Tem criança na periferia que diz pra não se meter com ele por ser do PCC e diz isso com orgulho. Isso me preocupa, pois vejo crianças se envolvendo em crimes e se orgulhando de dizer que fazem parte de uma facção criminosa sem nem entender o que isso significa”, comentou.

Militares da reserva são convocados

Uma das primeiras ações do comandante da Polícia Militar para combater o crime organizado foi convocar o tenente-coronel da reserva remunerada Sidney Santos, o Sidão. O militar vai atuar no comando do BPChoque, uma tropa especializada que atuará nos presídios e policiamento de rua. “Será outra guarnição nos mesmos moldes da Força Tática, mas tem como missão principal o adentramento feito hoje nos presídios. Porque eu trouxe o Sidney? Pela capacidade dele, pois é respeitado dentro da tropa e formou a maioria dos homens da Força Tática da Polícia”, assegurou.

Sobre o fato de Sidney ter sido inocentado após ser preso pela Operação Bastilha, Prola falou que ele é inocente. “Ele é da minha inteira confiança. Eu confio plenamente nele e no trabalho que ele vai realizar. Tanto a tropa quanto a sociedade ficarão satisfeitas. A satisfação do PM é a satisfação da sociedade”, disse.

Além de Sidney Santos, outros 50 militares já foram chamados de volta a ativa e a maioria está dentro das escolas que estão sendo militarizadas. “A Polícia Militar já convocou cerca de 50 militares da reserva para atuarem em colégios militares na capital e já estamos trabalhando na militarização de uma escola no interior, em Nova Colina [em Rorainópolis], onde o crime organizado do Amazonas domina. Precisamos aproveitar policiais militares com grande conhecimento técnico e especializado, em situação de inatividade, para o serviço ativo da Polícia Militar de Roraima por conta do aumento do crime organizado no país, incluindo-se o Estado de Roraima”, comentou.