Cotidiano

Por falha no sistema, carretas com calcário estão retidas em Pacaraima

Previsão do Ministério da Agricultura é que problema seja resolvido ainda hoje

Pelo menos 42 carretas com calcário estão retidas há 16 dias no pátio de despacho da Receita Federal no município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. O problema se deu por conta de uma falha no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), sistema online que viabiliza as importações e exportações no Brasil. A superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) prometeu resolver o problema até hoje, 11.

Criado em 1993, o Siscomex centraliza todos os trâmites aduaneiros de importação e exportação de produtos em grandes quantidades e com certa frequência. Ele possui as informações das mercadorias, como o nome do produto e o seu valor, trabalhando nas áreas administrativa, fiscal e cambial, tudo digitalmente.

A Receita Federal, juntamente com a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e o Banco Central do Brasil (BACEN), são os responsáveis pela sua gestão. Mas a autorização e inspeção industrial e sanitária das mercadorias passam por órgãos como o MAPA.

O superintendente do MAPA em Roraima, Plácido Alves de Figueiredo, explicou que há mais de dez dias o Siscomex está com problemas em alguns estados, sendo que Roraima foi um dos afetados. Por conta disso, a superintendência não consegue emitir as autorizações. A Receita Federal já foi contatada para que os dois órgãos consigam despachar as carretas. “Pedimos desculpa à sociedade. Este problema infelizmente foge à nossa competência. Estamos trabalhando para darmos o retorno imediatamente, livrando os produtores de mais prejuízos”, declarou Plácido de Figueiredo.

O auditor fiscal e delegado da Receita no Estado, Omar Rubim, disse estar ciente do pedido do MAPA. “Falei com o Plácido e estamos trabalhando para resolver”, afirmou.

Enquanto isso, os produtores se preocupam com a perda do prazo para a aplicação do calcário, que deve ser feita até 30 dias antes do plantio. O empresário Antônio Denarium disse à Folha que pequenos, médios e grandes produtores são atingidos, precisando pagar diárias e alimentações. “A demora é devido o procedimento que antes era manual e agora está sendo digital. Mas não há resposta do Ministério da Agricultura. Algo simples, um procedimento que é feito há mais de dez anos, agora causando esse prejuízo”, opinou. (N.W)