Cotidiano

Pouco mais da metade do público-alvo é vacinado e campanha é prorrogada

Balanço mostra que quase 83 mil pessoas foram vacinadas no estado, de um total de 150 mil do público-alvo

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza será prorrogada em todo o Brasil até o dia 9 de junho. O prazo encerrava ontem, 26, mas devido à meta de vacinar 90% das pessoas vulneráveis às complicações da gripe, o Ministério da Saúde estendeu a campanha. Em todo o Brasil, 63,6% do público-alvo foi vacinado. Em Roraima, apenas 52,97% das pessoas que integram os grupos prioritários foram imunizadas, conforme os dados parciais da Secretaria Estadual da Saúde (Sesau).

Até o momento, apenas o município de Caroebe superou a meta, com 93,89% do público-alvo vacinado. Entre os municípios que mais vacinaram até o momento, depois de Caroebe, está Caracaraí (86,63%), seguido de Mucajaí (70,07%) e Bonfim (64,45%).

De acordo com a gerente do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização (NEPNI), Amanda Antunes, até agora foram aplicadas 82.948 doses em todo o estado. “O índice é considerado muito preocupante.

Éimportante que a população não deixe para última hora, pois o corpo demora pelo menos 15 dias para criar anticorpos. Então, quanto antes a população se vacinar, mais cedo estará protegida”, explicou.

Entre os públicos-alvo de Roraima, as puérperas (mulheres na fase pós-parto) registram a maior cobertura vacinal, com 77,5% e mais de mil doses aplicadas. Em seguida aparecem os idosos, com 66,46% e pouco mais de 17 mil doses aplicadas. Os grupos que menos se vacinaram são as gestantes (48,52%), as crianças (49,22%) e trabalhadores de saúde (52,07%).

A gerente explicou ainda que a real cobertura vacinal de Roraima só poderá ser conferida após o encerramento da campanha, pois geralmente os municípios recebem o prazo de dez dias para lançarem os dados no sistema do Programa Nacional de Imunização.

Ao todo, Roraima recebeu do Ministério da Saúde 196.100 doses da vacina contra a doença e cerca de 80% deste total foi distribuído para os municípios. Só para a capital, foram repassadas mais de 50 mil doses. Após o final da campanha as vacinas continuarão disponíveis nas unidades básicas de saúde para os grupos prioritários em cada município.

BOA VISTA – Hoje, Boa Vista possui uma cobertura vacinal de 41%. Até o momento, 26,4 mil pessoas foram vacinadas. Dos grupos prioritários, as crianças têm a maior cobertura vacinal, com 8.341 vacinadas aplicadas, seguidas dos idosos (8.297), trabalhador da saúde (4.595), gestantes (2.099), professores (1.089), indígenas (1.022) e puérperas (605).

Roraima é um dos estados com menor índice de cobertura

Segundo balanço do Ministério da Saúde, até a manhã de quinta-feira, 25, foram vacinados 35,1 milhões de brasileiros. Esse total considera todos os grupos com indicação para a vacina, incluindo população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional e pessoas com comorbidades. A população prioritária desta campanha, que não considera esses grupos, é de 54,2 milhões de pessoas. Desse total, 63,6% foram vacinados.

Até o momento, nenhum grupo prioritário atingiu a meta de vacinação. Entre os públicos-alvo, os idosos registraram a maior cobertura vacinal, com 15,1 milhões de doses aplicadas, o que representa 72,4% deste público, seguido pelas puérperas (71,2%) e indígenas (68,6%). Os grupos que menos se vacinaram são as crianças (49,9%), gestantes (53,4%), professores (60,2%) e trabalhadores de saúde (64,2%). Além do grupo prioritário, também foram aplicadas 7,1 milhões de doses nos grupos de pessoas com comorbidades, população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional.

Os estados com a maior cobertura de vacinação no país, até o momento, são: Amapá (85,7%), Paraná (78,1%), Santa Catarina (77,7%), Rio Grande do Sul (74%), e Goiás (70,1%). Já os estados com menor cobertura são: Rio de Janeiro (49%), Pará (52,1%), Roraima (52,97%), Mato Grosso (55,8%), Rondônia (56,2%), Acre (56,4%) e Mato Grosso do Sul (57,1%). Entre as regiões do país, o Sul apresenta maior cobertura vacinal, com 76,3%, seguida pelas regiões Centro-Oeste (63,7%), Nordeste (62,3%); Sudeste (61,2%) e Norte (58,2%).

SEGURANÇA – A vacina disponibilizada pelo Ministério da Saúde em 2015 protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). A vacina contra influenza é segura e também é considerada uma das medidas mais eficazes na prevenção de complicações e casos graves de gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.

Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, o ideal é realizar a imunização antes do início do inverno. O período de maior circulação da gripe vai do final de maio até agosto.

PREVENÇÃO – A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto; não compartilhar objetos de uso pessoal; além de evitar locais com aglomeração de pessoas.

É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar, imediatamente, o médico.

Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.