Política

Pré-candidato da esquerda diz que lutará ‘contra oligarquias’

Fábio Almeida, pré-candidato pelo PSOL, integra grupo de partidos de oposição que formou “frente ampla de esquerda” em Roraima

Com a ideia de construção de um programa político-popular e antioligarquias, o servidor público federal, historiador e especialista em gestão ambiental, Fábio Almeida, oficializou sua pré-candidatura ao Governo do Estado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Esta é a primeira vez que Fábio Almeida pretende concorrer a um cargo político.

Almeida integra um grupo de partidos de oposição em Roraima que formou uma “frente ampla de esquerda” para discutir uma agenda conjunta até a eleição em outubro. A ideia é manter um diálogo e formar uma aliança eleitoral, no primeiro ou no segundo turno, entre os pré-candidatos do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e o PSOL.

Segundo ele, a pré-candidatura surgiu de aliança entre os partidos de esquerda e os movimentos sociais e sindicais. “Somos a estrutura de políticos e lideranças que estão fora e que fazem o combate direto à situação em que se encontra historicamente Roraima. Nessa situação foram definidos alguns nomes e a candidatura que represento não é construção minha, mas desse coletivo que servirá para apresentar à sociedade uma nova visão de organização”, disse.

O historiador alega que possui condições de defender princípios fundamentais do programa socialista, representá-lo junto às organizações sindicais e movimentos sociais e se comprometer com a população roraimense. “Em Roraima, temos oligarquia estabelecida e corporações públicas e privadas que se apropriaram em aliança com essas famílias que detêm o poder político. A ideia da nossa candidatura é vir contrapor à mesmice, pois acreditamos que a classe trabalhadora precisa se apropriar do espaço político”, destacou.

A aliança entre PSOL, PCB e PSTU também conta com os nomes da líder indigenista Telma Taurepang e de Lourival Gomes ao Senado, 32 pré-candidatos a deputado estadual e dez a deputado federal. “É uma chapa que está se consolidando e até as convenções teremos a definição de vices e a busca de completar os demais candidatos proporcionais”, frisou.

Almeida afirmou que os outros pré-candidatos ao Governo não possuem proposta concreta para os roraimenses. “Das pré-candidaturas que estão apresentadas até o momento, eu sei que a nossa é uma frente consolidada e que vai sair. Nós não temos e nem queremos aliança com capital financeiro, apenas poder pautar a liberdade do povo sem ter que prestar esclarecimentos a grupos financeiros do Estado”, afirmou.

No contexto político atual, o PSTU e o PCB não têm representantes no Parlamento Federal. O PSOL tem seis deputados federais e os candidatos à presidência da República dos três partidos são diferenciados. Em Boa Vista, são cerca de 600 filiados e os partidos tentam dar espaço para todos que queiram entrar na política.

Pré-candidato é contra privatizações e quer atuar na defesa do meio ambiente

“Nós vamos nos posicionar contra qualquer política de privatização de serviços e bens públicos, assim como na defesa do meio ambiente como fonte de vida para a população. Iremos pautar a defesa da educação pública e saúde de qualidade e gratuita e o fortalecimento das iniciativas da economia solidária”, disse Fábio Almeida, ao citar o que faria caso fosse eleito governador.

Conforme Almeida, Roraima não pode apenas debater agronegócio e deve defender os direitos dos indígenas. “Não podemos ter estado que debata agronegócio e grande negócio. Temos que ter geração de emprego por meio da agricultura familiar. Os indígenas constitucionalmente têm direito a sua terra e iremos pautar essa defesa, que é um ponto claro”, ressaltou.

Para isso, segundo o pré-candidato, é preciso discutir questão orçamentária e a democratização da gestão pública. “Temos que superar a visão da democracia burguesa que se elege representante para defender interesses de empresários. É necessário que a população seja ouvida por meio de referendos para que participe e passe a debater a situação do Estado”, pontuou.

PERFIL – Fábio Almeida Gonçalves é servidor público federal e atua na Fundação Nacional de Saúde (Funasa). É formado em História com especialização em gestão ambiental. Atuou no movimento sindical e na refundação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) em 1995 militando no campo das lutas populares. (L.G.C)