Cotidiano

Prefeitura anuncia revitalização do Beiral e apresenta projeto à imprensa

Custo total do projeto será de R$ 46 milhões, incluiu obra de elevação da Avenida Sebastião Diniz para evitar alagamento

A Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) anunciou, na manhã de ontem, 14, durante coletiva de imprensa no auditório do Palácio 9 de julho, o projeto de revitalização da área de interesse social Caetano Filho, também conhecida como “Beiral”, localizado no Centro. De acordo com a prefeita Teresa Surita (PMDB), o estudo da área começou há um ano e, desde então, a equipe do município realizou todo o levantamento do local, durante a época da cheia do Rio Branco e no período da seca.

Segundo a Prefeitura, a desocupação da área se deu por conta da situação de alagamento que o local sofre todos os anos, durante o período chuvoso. A previsão é que 242 imóveis sejam desocupados no prazo de seis meses. A primeira etapa consiste na obra de canalização do córrego Caxangá da Avenida Ville Roy até a foz do Rio Branco e a elevação da Avenida Sebastião Diniz em 500 metros.

A obra será com recursos do Ministério da Integração Nacional no valor de R$ 46 milhões. Segundo a Prefeitura, a obra de canalização vai receber galeria dupla e tripla de concreto armado, platô de urbanização e proteção contra a erosão. O prazo é que a reforma inicie em janeiro do ano que vem, prazo da liberação do recurso do Governo Federal, e termine em 1,9 ano.

“Nós vamos fazer toda a composição da macrodrenagem e fazer a parte da Avenida Sebastião Diniz, que vai ser uma elevação. Hoje, a parte mais baixa da via fica abaixo do nível do rio quando chove. Então, vamos elevar para que não aconteça os alagamentos”, explicou a prefeita.

DEMOLIÇÃO – Até o momento, já foram contatadas 140 famílias e 80 acordos foram fechados. As demolições das casas já foram iniciadas, porém, a Prefeitura reforçou que “a demolição só acontece depois da negociação fechada e depois que o morador entregar as chaves e retirar os pertences que quiser” (veja sobre decisão judicial na página 2A).

Teresa disse que um dos motivos da demolição das casas é justamente para evitar que os moradores retornem para as suas antigas residências, fato que já ocorreu há alguns anos, quando habitantes da área foram contemplados em projetos de conjunto habitacional e acabaram se desfazendo das suas novas casas para voltar para o Beiral.

“Nosso objetivo é realmente beneficiar e tornar a qualidade de vida das pessoas melhor. E, no último momento, se tiver qualquer situação, tem ainda o apelo da Justiça que a pessoa pode usar para questionar qualquer coisa. As casas vão ser demolidas para que não haja de novo uma ocupação”, frisou.

Moradores do Calungá e Beiral serão deslocados para bairro Laura Moreira

A Prefeitura de Boa Vista informou que os moradores do Calungá e do Beiral estão sendo recebidos pela equipe do projeto Braços Abertos e analisando cada situação individualmente. As famílias retiradas que estiverem dentro do perfil serão inseridas no programa Minha Casa, Minha Vida e, dependendo do caso, serão indenizadas.

O valor da indenização será pago de acordo com cada terreno, com recurso de R$ 15 milhões advindo da própria Prefeitura. “A avaliação do pagamento não é feita pela casa, porque a casa não será utilizada. A avaliação é feita pela área, pelo terreno que ocupa cada residência”, disse a prefeita Teresa Surita.

“Nós temos avaliação de R$ 180 mil e de R$ 200 mil, como também nós temos avaliação de R$ 30 mil, R$ 40 mil. Cada um é uma situação. Nós não queremos atrapalhar ninguém, pelo contrário. Eu acredito que o que é oferecido hoje pelas casas que alagam dessa forma não seria oferecido por ninguém, porque ninguém vai comprar uma casa que alaga, que tem problemas todos os invernos”, avaliou.

Os habitantes serão deslocados para o bairro Laura Moreira, na zona oeste de Boa Vista, onde fica o Conjunto Cidadão, a cerca de 15 quilômetros do Centro, onde se localiza o Beiral e onde a maioria dos moradores reside. O conjunto habitacional, segundo a PMBV, terá o mesmo padrão do conjunto Pérola, com asfaltamento, drenagem, calçadas, iluminação e infraestrutura, com 50 metros de área construída com laje para “garantir segurança, conforto térmico e possibilidade de ampliação, dois quartos, banheiro, sala de estar, cozinha e área de serviço”.

A Prefeitura também informou que, até o fim das obras, os moradores receberão auxílio moradia com bolsa Aluguel Social na variação de R$ 600 a R$ 1.200,00. Outros esclarecimentos podem ser feitos na sede do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) São Francisco, localizado na Rua David Cruz, 90, bairro Calungá, ao lado da Escola Estadual Barão de Parima, de segunda a sexta-feira, em horário comercial.