Política

Prefeitura descarta ‘Aluguel Solidário’ e anuncia que vai instituir abrigos

A prefeita Teresa Surita (PMDB) anunciou, na noite de terça-feira, 29, mudanças no projeto de “Aluguel Solidário”, que tinha anunciado em coletiva de imprensa na semana anterior para amenizar a situação de famílias venezuelanas que vivem nas ruas de Boa Vista.

Surita participou de nova reunião em Brasília, no Palácio do Planalto, onde o Governo Federal acatou a proposta da Prefeitura de adotar o sistema de abrigamento, em que não seriam construídos abrigos, e sim alugar prédios que comportem 50 pessoas (preferencialmente mulheres e filhos). Os custos de locação desses galpões serão arcados pelo Governo Federal, não saindo nenhum recurso dos cofres do Município.

Teresa esclareceu ainda, que nem a Prefeitura e nem o Governo Federal vão pagar aluguel de casas individuais para venezuelanos ou brasileiros. “As pessoas interpretaram que seriam alugadas casas individuais para os venezuelanos, e não é essa a proposta que estamos construindo. Isso nunca existiu. Estamos trabalhando na possibilidade de locar abrigos para 50 pessoas, somente para mulheres e crianças – mães e filhos – em situação de extrema vulnerabilidade. E cada caso será analisado com muito critério, pois Boa Vista não tem condições de abrigar muitas pessoas”, disse.

Segundo a prefeita, não serão atendidos homens solteiros e ninguém em casas individuais. “Isso não ocorrerá em hipótese nenhuma. Portanto, não adianta chegar a Boa Vista com esta expectativa, pois isso não acontecerá”, complementou.

Outro ponto que foi proposto no plano de ação é o aumento imediato do controle de acesso na fronteira com Pacaraima, ao norte do Estado, haja vista que a média diária de entrada é de 400 pessoas de segunda à sexta-feira e 500 pessoas de sábado a domingo. A prefeita deixou claro que Boa Vista não tem condições de atravessar a crise sem que sejam tomadas atitudes de controle e tentativa de organização.

“Boa Vista não tem capacidade de absorver esse fluxo migratório nos percentuais que está acontecendo. Eu não posso e não vou, como prefeita da cidade, ficar ausente desta situação. A situação é triste, dói o coração ver o que está acontecendo. Faremos o possível para aliviar todo sofrimento, mas dentro das condições que conseguirmos construir com parceiros, pois nossa situação econômica brasileira é difícil pela crise e problemas que vivemos”, destacou.

EXÉRCITO – Em nota, a Prefeitura de Boa Vista afirmou que o Exército Brasileiro, a partir da próxima semana, e os demais órgãos de segurança, estarão de posse de formulários, que serão entregues aos venezuelanos que ingressarem na fronteira para os esclarecimentos e encaminhamentos necessários.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será responsável por esclarecer dúvidas na fronteira e fará  o encaminhamento dos que necessitam de vacinação e de algum tipo de atendimento especializado de vacinas em Pacaraima.  “A Prefeitura de Boa Vista está trabalhando intensamente e reafirma o compromisso que, em parceria com o Governo Federal, busca soluções para minimizar essa crise sem precedentes que estamos atravessando em relação à Venezuela”, frisou.