Política

Prefeitura já utiliza nova célula do aterro sanitário

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 1020 AM, no domingo, 22, o secretário municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente, Daniel Peixoto, tratou sobre a utilização da nova célula do aterro sanitário e o andamento do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, responsável pelas diretrizes da destinação do lixo na Capital.

Para auxiliar o entendimento da população, o secretário tratou inicialmente da diferença do aterro sanitário e do “lixão”. Segundo Peixoto, para se formar um aterro sanitário é necessária uma série de fatores, como o controle da produção e tratamento do chorume, o líquido que se origina da decomposição dos resíduos.

“No aterro, o chorume é tratado para não ser despejado na terra, com todo um tratamento sanitário para evitar a poluição atmosférica e do solo e, com isso, evitar a proliferação de aves em geral e odores. Além da forma como o resíduo é aterrado, no intervalo de pelo menos dois dias”, informou.

Segundo o secretário, a Prefeitura atua dentro da legislação e inclusive já construiu uma nova célula para acomodação dos resíduos sólidos coletados, também conforme as normas federais, evitando impactos ao meio ambiente. “Nós já fizemos a célula nova, dentro do padrão da legislação. Ela tem os drenos na vertical, horizontal e tem os tubos de emissão de gases. A nova célula já começou a ser utilizada na semana passada e, com isso, já vai dar uma nova visão para o aterro”, afirmou o secretário.

Além da construção da nova célula, o secretário também lembrou da criação de um novo aterro sanitário, garantido pela Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV). “Nós já temos a área, localizada próxima ao aterro atual, com distância de mais de 300 metros dos igarapés e a 1,5 quilômetro de distância do Rio Branco, ou seja, estamos dentro do que prevê a legislação federal”, acrescentou Peixoto.

Sobre as recentes medidas, o secretário reforçou que a atuação da administração municipal já vem sendo planejada há algum tempo e não é decorrente unicamente da Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) e Advocacia Geral da União (AGU), representando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), em novembro do ano passado, alegando irregularidades na área.

“Quanto à ação pública, eu, como secretário, desconheço se a Prefeitura já foi citada, mas estamos trabalhando para isso. Temos consciência do que estamos fazendo. Não é por causa da ação que nós estamos fazendo o plano de ação. Posso comprovar que a gente já vem planejando há muito tempo. Eu concordo que a gente tem que tirar o aterro, eu concordo que a gente tem que melhorar, esse é o caminho que a gente vai fazer. Nós vamos conseguir arrumar e tratar e fazer o aterro sanitário de Boa Vista dentro do padrão”, afirmou o secretário.

COLETA SELETIVA – O secretário também adiantou que, com a finalização do Plano Municipal de Resíduos Sólidos, a previsão é que a Prefeitura de Boa Vista inicie a promoção da coleta seletiva na Capital. “Boa Vista nunca teve a coleta seletiva. Então, no momento que esse plano for concluído, a prefeita Teresa Surita já adiantou que vai começar a fazer essa seletiva”, disse o secretário.

“Claro que, no primeiro momento, não será a cidade toda. Nós temos que pegar o bairro com a maior quantidade de resíduos e vir do bairro para o Centro. Hoje, após um diagnóstico que foi feito pela consultoria, a gente já sabe quais são os bairros com o maior índice de produção de lixo”, revelou Peixoto.

De acordo com o secretário, a sociedade também deve lembrar-se do seu papel de colaboradora da política de coleta seletiva. “O lixo é responsabilidade do cidadão. Hoje, quando se coleta o lixo em qualquer casa, está tudo misturado. Vidro, garrafa, lâmpada, bateria de celular, pilha e etc. Tem certos produtos que você não pode levar para o aterro”, informou.

Peixoto afirmou ainda que, até o momento, a Secretaria ainda não promove fiscalizações quanto à coleta seletiva e o recebimento de materiais impróprios para o aterro, como o lixo hospitalar, de responsabilidade das empresas que fazem o produto. “A Secretaria vai começar a fazer essas cobranças a partir da aprovação do plano, por que é onde vão constar as diretrizes para que a gente execute. O plano é que a gente trabalhe com campanhas educativas para saber como fazer e o dia e hora mais apropriada para a população que vai fazer a coleta seletiva”, disse.

Por fim, o secretário afirmou que o prazo final do plano nas capitais é em julho de 2018, mas em Boa Vista, a previsão é que o documento esteja finalizado no fim de março a começo de abril, por conta das audiências públicas que serão realizadas ao longo do ano para discussão e colaboração do novo planejamento. (P.C)