Cotidiano

Preocupados com Aedes aegypti, moradores denunciam ferros-velhos

Em uma casa vizinha a um ferro-velho, três crianças foram diagnosticadas com dengue

Moradores do Raiar do Sol denunciaram, mais uma vez à Folha, a falta de solução no controle de casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, em principal a dengue, nas regiões próximas aos ferros-velhos espalhados pela principal avenida do bairro, a Estrela D’alva. O descaso dos donos dos estabelecimentos que comercializam sucata, como restos de veículos, e a falta de fiscalização preocupam os moradores.

Maria Rosiane, moradora da avenida Estrela D’alva, disse que vem observando problemas constantes de dengue na vizinhança e acredita que os ferros-velhos tenham algo a ver com isso, pois o esforço dos moradores para não deixar pontos de criadouros é constante. “Aqui todo mundo se esforça para não deixar água parada. Mas no ferro-velho é muito fácil acumular poças depois que chove”, comentou.

Moradora da rua Saturno há 11 anos, Elisabet da Silva é vizinha de um dos ferros-velhos da região. Ela disse que desde quando o local foi aberto, há mais de um ano, a quantidade de mosquitos que rondam em torno de sua casa é enorme. Dos seus quatro filhos, três já foram acometidos pela dengue e um deles apresenta sintomas de chikungunya.

Segundo Elisabet, a última vez que uma equipe de combate ao mosquito da dengue apareceu em sua casa foi há mais de um mês. “Os carros-fumacê, que passam uma vez ao mês pelo bairro, não são capazes de controlar a situação. Alguns mosquitos morrem, mas o fumacê é ineficaz contra os criadouros”, afirmou.

Proprietário de um ferro-velho no Raiar do Sol, Carlos Silva assegurou que, apesar das reclamações por parte dos moradores, a Prefeitura de Boa Vista fiscaliza as oficinas de 15 em 15 dias.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que todos os ferros-velhos, cemitérios e congêneres são considerados como Pontos Estratégicos (PE) e são monitorados pelas equipes de endemias, que fazem as visitas periódicas com o trabalho de borrifação e eliminação de possíveis criadouros. Além das visitas, os agentes cumprem um cronograma de palestras de educação e saúde nas escolas municipais, estaduais e nas unidades básicas de saúde, realizam ainda blitz educativas em pontos estratégicos dos bairros classificados com maior índice de infestação.

COMO DENUNCIAR – Antes de denunciar outros locais, como os ferros-velhos, a população tem que ficar atenta para possíveis criadouros em seu domicílio e eliminá-los, somente em situações em que isso não possa ser feito, deve-se ligar para a Central 156 com o endereço exato do local.

A Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente informou que a denúncia pode ser feita através de um documento por escrito contendo o endereço, dia e horário da ocorrência, para que seja realizada a notificação pelo Município. A Secretaria fica na Rua Claudionor Freire, nº 571, bairro Paraviana.

Logo após a formalização da denúncia, a equipe de fiscalização vai até o local indicado, para o flagrante e comprovação do caso, que poderá ser dada advertência, multa ou embargo, se o empreendimento estiver funcionando sem licenciamento ambiental. Além disso, a população pode ligar para a Central de Atendimento 156, que funciona 24 horas, todos os dias da semana. (P.B)