Política

Presidente da ALE diz que portas para dissidentes estão fechadas

Deputado Jalser Renier diz que não apoiou saída dos quatros deputados do G16 e frisou que eles serão responsáveis pelos erros do governo

O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Jalser Renier (SD), disse em entrevista à Folha, nesta terça-feira, 05, que as “portas e janelas estão fechadas” para os quatro deputados que saíram do chamado “blocão” e passaram a integrar a base governista no início desta semana.

“Eu espero que essa decisão não provoque arrependimentos, pois não deixamos nem janela e nem porta aberta desse lado. Eles não tiveram o meu apoio para sair. Ao contrário do que estão divulgando, apenas conversaram comigo. Foram por iniciativa própria para o lado do governo. A decisão foi individual dos deputados e eles vão responder por essas decisões e se arrependerão em um futuro bem breve”, disse.

Segundo ele, apesar da saída desses parlamentares, o grupo oposicionista, agora formado por 12 deputados, continua igual e os novos governistas serão tratados como todos os deputados da Assembleia. “Somente não participarão mais do G12, que é o bloco que temos efetivamente nesta Casa. Vamos seguir com nossas políticas voltadas para a população, pois entendo que a população precisa de políticas públicas, e não individuais. Eu entendo que seja democrática a saída deles, mas esses deputados serão responsáveis pelos desmandos que estão acontecendo no Estado, serão responsáveis pela falta da Educação, pela falta de Saúde, responsáveis pelos desmandos que estão acontecendo. Deixo claro que ninguém está brigado, pois somos um colegiado de deputados, e eu não tenho nenhum atrito com nenhum deputado da oposição nem de situação”, destacou.

O presidente da Assembleia se referiu à gestão da governadora Suely Campos (PP) como “governo de incertezas”. “É um governo de incertezas que está deixando a saúde abandonada, não fazendo com que as instituições recebam diretamente os seus salários, não paga as empresas terceirizadas, abandona vicinais, não cria condições para que nós tenhamos uma educação de qualidade, não cria condições para que busquemos o entendimento com relação a essa forte migração da qual o governo do Estado é o principal culpado. Então, isso são situações que precisam ser consideradas”.

Apesar das críticas, Jalser Renier disse que continua firme no propósito de colaborar com a governabilidade estadual. “Uma coisa é acordo de governabilidade, que eu entendo que o Estado precisa ter esse pacto de governabilidade, até porque o governo, independente das mãos em que ele esteja, a Assembleia não pode de maneira nenhuma provocar uma instabilidade. A Assembleia sempre teve essa preocupação, independente do grupo político forte ou fraco que nós tivermos aqui”, frisou.

CANDIDATURA – Sobre um possível lançamento da sua candidatura ao governo de Roraima, anunciado pelo deputado George Melo (PSDC) na Rádio Folha, no domingo, Jalser Renier afirmou que ainda é muito cedo para falar no assunto. “Temos que falar em política daqui a um ano, quando for o tempo de falar em política. Essa questão de governo é pontual e tem muitas coisas para acontecer ainda. Existem muitos nomes na fila, existem muitos entendimentos para acontecer e nós não precisamos falar de questões de governo antecipadamente”, disse.

E ele continuou: “Eleição antecipada é um futuro incerto e não é necessário falar sobre isso agora. Eu não pretendo falar sobre política, a não ser na data certa para isso, até porque, se você antecipa uma questão incerta, está automaticamente antecipando decisões que podem não ser as suas daqui a um ano. Por enquanto, temos que falar de políticas públicas voltadas para o povo, precisamos falar de vicinais, de saúde, de segurança”.

Apesar de não confirmar a candidatura, Renier afirmou que sonha em ser governador de Roraima. “Acho que todo homem que ama sua terra um dia sonha em governar o seu povo. Eu amo a minha terra. Agora essa questão de ser ou não ser vai depender de tratativas, de um conjunto de ideias, de pessoas, de classe política, do ambiente favorável, pois o nosso partido ainda não tem uma definição absoluta sobre isso. Temos um grupo político que precisamos zelar. Uma coisa é certa: o estado não pode ficar da maneira como está, ele não pode ficar abandonado, não pode ficar obsoleto, não pode ficar inseguro”.

Líder do blocão afirma que ainda há tempo de deputados retornarem

O líder do blocão, deputado George Melo (PSDC), falou sobre a saída de quatro parlamentares para o grupo governista, durante discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima, na manhã desta terça-feira. Segundo ele, a saída de quatro parlamentares do grupo independente, antes G16 e hoje G12, não muda o contexto político da Casa.

“Perdemos quatro deputados. Isso aqui é democracia. Vão quatro pra lá, quatro pra cá. Podem vir mais, mas a resistência, a nossa opinião crítica, não podemos deixar de nos manifestar”, disse.

O deputado afirmou que a base governista não tem maioria na Casa e que o G12 não aceitará nenhum tipo de ação agressiva por parte do governo do Estado. “Quero dizer aos colegas que, se fizerem uma reflexão e quiserem voltar, as portas estão abertas”, disse.