Cotidiano

Preso mantém conta em rede social e posta fotos com a família em visita

Apesar da proibição para entrada de celulares na Penitenciária Agrícola, detento atualiza o perfil no Facebook diariamente

A ousadia dos criminosos presos na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), localizada na zona Rural de Boa Vista, continua sem limites. Um detento, que utiliza o nome de Juraci Silva, publicou uma imagem na rede social Facebook, na manhã de ontem, 14, que causou polêmica.

A foto mostra três presos ao lado de duas visitas na ala conhecida como “Cozinha” ou “Favelão”, dentro da Penitenciária. A publicação foi feita após a liberação das visitas de familiares na unidade prisional, que foram permitidas 36 dias após o massacre que resultou na morte de 33 detentos.

Depois de postada, a imagem gerou grande repercussão nas redes sociais. Poucas horas depois, o preso Juraci apagou a imagem. Não é de hoje que os detentos daquela unidade desafiam as autoridades de segurança do Estado com atualizações em redes sociais, mesmo trancafiados.

Alguns detentos utilizam as redes sociais para planejar e ordenar crimes. Os presos que usam páginas no Facebook e o aplicativo de celular WhatsApp fazem parte do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do País.

O sistema penitenciário proíbe a entrada de aparelhos celulares nos presídios, assim como carregadores, baterias, cartões de memória. Até mesmo de agentes penitenciários, que não podem utilizar o telefone. De acordo com o diretor do Departamento de Sistema Prisional (Desipe), Alain Delon Correia, houve um aumento na fiscalização da entrada dos aparelhos no presídio e isso estaria motivando os bandidos a utilizarem alternativas para inserir os celulares na prisão.

Ele explicou que detectores de metais, aparelhos de Raio-X, scanner corporal e sistemas avançados de filmagem transformaram-se em instrumentos eficientes para combater a entrada de celulares, drogas e até mesmo armas. “Quando existe esse tipo de divulgação nas redes, os agentes realizam uma revista precisa na cela do apenado em busca do aparelho. Ainda existem celulares escondidos que a polícia ainda não detectou”, disse.

Delon afirmou que muitos presidiários mandam que familiares continuem realizando postagens nas redes para assustar a população. “Querem desmoralizar a polícia e até mesmo ganhar respeito entre os presos”, frisou. (L.G.C)

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