Política

Privatizar Eletrobrás é uma tragédia

O debate sobre a privatização da Eletrobrás Distribuição Roraima foi alvo de críticas do deputado Édio Lopes (PR) em entrevista ao programa Agenda Parlamentar no sábado, dia 17. A audiência pública ocorrera um dia antes, na sexta-feira, dia 16, no auditório do Corpo de Bombeiros.

Segundo o parlamentar, a audiência teve vários pontos negativos: o primeiro deles a data da reunião. “Nós lamentamos que uma audiência pública para tratar de assunto tão importante para Roraima e a região norte tenha sido convocada para uma sexta-feira na semana do Carnaval”, informou à Rádio Folha AM 1020.

Outros pontos elencados foram a pouca divulgação da audiência, pequeno espaço para debate, falta de lideranças do Estado e do interior e dos parlamentares de Roraima. Segundo Édio, foi dado apenas três minutos para cada um fazer seus questionamentos. “O local destinado para audiência pública foi um ambiente militar, com um aparato policial absurdo. Por si só, já impõe certa rigidez”, criticou.

TRAGÉDIA – Sobre a venda da Eletrobrás Distribuição Roraima, o deputado afirmou que é contra a privatização. Disse ser favorável que a bancada de Roraima e as dos demais estados da Amazônia criem um pelotão de forças dentro do Congresso Nacional para que o Governo Federal reveja a medida.

“Privatizar a Eletrobrás hoje é sinônimo de tragédia para o interior do Estado e para toda a Amazônia. É inviável. Nós vamos lutar com unhas e dentes para que o Governo Federal reveja os editais de privatização da Eletrobrás”, disse o parlamentar.

SEM JUSTIFICATIVA – A alegação do Governo Federal de que a Eletrobrás tem sido sinônimo de prejuízo foi contrariada por Lopes. Para ele, a Constituição Federal é clara quando impõe à Presidência da República a obrigação de subsidiar o desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas.

Para o parlamentar, trata da região amazônica, com suas características demográficas distintas do restante do país. O deputado admite que sua preocupação écom as comunidades indígenas, ribeirinhas e agricultores nas vicinais.

A extensão das redes elétricas no interior, segundo Édio, é custeada na sua maioria por emendas dos deputados. Com a privatização, os parlamentares ficarão impossibilitados de destinarem recursos do Orçamento da União para empresa privada.

“Quando eles alegam que a Eletrobras dá prejuízo, tem que dar prejuízo mesmo. Ela está atuando em uma região cujo consumidor é diferenciado do Sul e Sudeste”, avaliou. “Não me venham com essa conversa de que vão estatizar para melhorar a qualidade do serviço. Baratear taxa de luz. Eles nem tocam nesse assunto porque ninguém vai acreditar”, frisou. (P.C)