Cotidiano

Produtores de citros temem não poder mais exportar frutos e cobram Estado

O Estado não cumpriu prazo para a entrega do relatório sobre o cancro cítrico, por isso Roraima corre o risco de não poder exportar frutos

Produtores de citros de Roraima temem o fechamento da barreira com o Estado do Amazonas para exportação de frutas, em razão do não cumprimento da Instrução Normativa 37 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por parte do Governo do Estado. Na manhã de ontem, 10, cerca de 20 produtores estiveram na Agência de Defesa Agropecuária (Aderr) para cobrar um posicionamento do Estado e na Superintendência Federal de Agricultura em Roraima (SFA), a fim de expressar a preocupação no caso de não poderem exportar os produtos.

A Instrução Normativa 37, de setembro de 2016, cujo prazo venceu no dia 5 deste mês, determina que o Estado faça um relatório ao Mapa informando onde existe e não existe o cancro cítrico nos municípios, para liberar as áreas. Como Roraima não cumpriu o prazo, o Estado corre o risco de não poder mais exportar citros para o Amazonas.

O coordenador do Fórum da Agricultura Familiar de Rorainópolis, município localizado a 220 quilômetros de Boa Vista, na região Sul do Estado, Abner Mariano, informou que as mais de mil famílias que dependem diretamente dos citros estão preocupadas com a gravidade da situação. “Por isso estamos procurando o responsável [Estado], que está deixando o produtor de lado. A Aderr deve tomar providências urgentes para que a barreira não seja fechada”, disse.

Em relação à exportação dos citros, o produtor Nestor Perez estimou que, por safra, cerca de 20 mil toneladas entre limão, laranja e tangerina são vendidas a outros estados. Do total, 80% estão distribuídos em produtores familiares do Estado. “Estamos reivindicando também o enquadramento de um status sanitário. Muitas famílias dependem desse tipo de produção. O cumprimento é importante”, frisou.

Durante a conversa com os produtores, a gerente de Defesa Vegetal da Aderr, Patrícia Pereira, informou que foi entregue ao Mapa o relatório contendo nove municípios e que precisam de um prazo para concluir os demais municípios. Ela informou que a cada semana uma equipe técnica se dirige a um município diferente e que, pela falta de efetivo, não foi possível realizar o procedimento de forma total.

A estimativa é que o trabalho de campo seja concluído até o dia 21 de abril. Em relação à consolidação dos dados, serão necessários mais 20 dias após o dia 21 para o fechamento geral do status fitossanitário para a praga canco cítrico. “O Mapa fez o pedido de prorrogação de prazo, mas Brasília ainda não deu parecer”, disse.

Segundo a diretora, com embasamento no trabalho já encaminhado, os fiscais do Mapa fizeram um parecer favorável explicando as peculiaridades, informando o trabalho já desenvolvido, o que há de material, que concordam que o trabalho continue sendo realizado, assim como a exportação ao Amazonas. O prazo total, por fim, é que o relatório esteja pronto e entregue ao Ministério em maio ou junho.

SFA – O superintendente federal de Agricultura, Plácido Alves, reforçou que foi feito um pedido de prorrogação de mais 180 dias ao Mapa, contudo, a solicitação ainda não foi deferida. “Estaremos indo a Brasília para resolver a questão. A resposta do pedido deve estar sendo atendida nos próximos dias”, disse.
(A.G.G)