Cotidiano

Professores da rede estadual paralisam atividades amanhã

O Movimento Organizado dos Trabalhadores em Educação convoca os servidores para protesto em frente ao Palácio do Governo, a partir das 8h

Uma paralisação de professores da rede estadual de ensino está prevista para acontecer amanhã, 2, em frente ao Palácio do Governo. Conduzida pelo Movimento Organizado dos Trabalhadores em Educação (Mote), a manifestação reivindica melhorias para a categoria.

Segundo a professora Albanira Cordeiro, membro do Movimento, são três principais demandas: o pagamento do retroativo das progressões, reposição salarial e o enquadramento de mais de 1.200 professores, além dos problemas estruturais nas unidades de ensino, falta de merenda, material e transporte escolar.

Sobre as progressões, Albanira explicou que foi divulgada recentemente pelos meios de comunicação e pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) a destinação de um percentual na Lei Orçamentária Anual (LOA) para pagamento do retroativo. “Ainda tem outro agravante. Na greve de 2015, nós acionamos a Justiça e fizemos um acordo. O governo se comprometeu a pagar o retroativo e não vem cumprindo com o combinado”, afirmou.

Com relação à reposição salarial, Albanira explicou que em 2015 a categoria teve um reajuste de 4,5% no pagamento. A professora argumentou que, no acordo feito para o fim da greve, o Governo do Estado também teria se comprometido a equalizar os servidores públicos, de modo que todo reajuste seria repassado de forma igualitária para todas as categorias. Algo que, segundo a professora, não tem sido respeitado. “Ou seja, o governo iria dar um percentual único para todas as categorias e isso não aconteceu. Em 2016 nós não recebemos nada e, em 2017 nada. E este ano, o governo já anunciou que não tem dinheiro”, criticou Albanira.

ENQUADRAMENTO – Os trabalhadores em Educação dizem ainda que, faltam ao menos 1.200 professores na lista do enquadramento e que o Estado teria composto uma nova comissão para avaliar o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) da categoria. “Essa comissão não tem nenhum participante da base, de um movimento, do sindicato, de nada. Só do governo. Como é que nem enquadra todo mundo e já quer acabar com o plano sem nem nos consultar?”, questionou Albanira.

PROTESTO – O Movimento Organizado dos Trabalhadores em Educação informou ainda que há uma forma da paralisação ser encerrada antes do previsto, tendo em vista que foi protocolado um documento junto ao poder executivo solicitando uma reunião com a governadora Suely Campos (PP) na manhã de quarta-feira, 2. “Se a governadora nos atender pela manhã, a paralisação pode acontecer só pela manhã. O nosso objetivo é que pelo menos nos deem respostas sobre as medidas”, completou a professora.

No caso da falta de atendimento, a paralisação vai ser ampliada até o fim do dia. “Professores de cinco escolas estaduais já confirmaram adesão. Durante o feriado nós vamos continuar os contatos e esperamos um número maior de pessoas na concentração em frente à Assembleia”, frisou.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com o Governo do Estado sobre o caso, que se limitou a afirmar que a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) não foi informada oficialmente sobre a paralisação. (P.C)