Quase metade do orçamento da UFRR é contingenciado e obras são paralisadas

O Governo Federal contingenciou 40% dos recursos do Orçamento da Universidade Federal de Roraima para o ano de 2017. Isso significa um contingenciamento de R$ 6.4 milhões do recurso total que a UFRR dispunha para este ano. De forma geral, o contingenciamento de recursos afeta diretamente obras, que já estavam com previsão de conclusão para este ano e serão paralisadas, como uma no Centro de Ciências Agrárias no campus Murupu e duas menores no campus Paricarana. O corte atingirá também os serviços essenciais da universidade promovidos por servidores terceirizados, como ações de limpeza dos prédios, de transporte e atendimento ao público, além do Núcleo de Rádio e TV e até mesmo projetos de qualificação dos técnicos e docentes.

O reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), professor Jefferson Fernandes, revelou que a administração já está trabalhando para tentar combater a situação e reduzir o impacto desta redução na comunidade acadêmica. “Quase 30% das despesas de capital serão paralisadas, além de obras em andamento que tínhamos planejado a conclusão para este ano. Os outros 10% de custeio vão impactar no recurso de terceirização da UFRR. Temos uma deficiência de técnicos administrativos por falta do concurso e terceirizamos algumas funções e, com esse corte, comprometemos tudo que estava sendo implementado para 2017 nessas áreas”, explicou.

Além da redução das despesas internas, outra medida apontada pelo reitor é buscar sensibilizar os representantes de Roraima na Câmara Federal e no Senado. “É importante tentar buscar esse caminho, junto ao Ministério do Planejamento, para desfazer o contingenciamento e assim poder trabalhar de forma efetiva”, disse.

O reitor deixou claro que, se não conseguir reverter o contingenciamento, a instituição ficará em uma situação delicada em relação a Orçamento. “O corte impacta muito na universidade e vamos ficar em situação delicada. Se não houver nenhuma medida do Governo Federal para repor esse recurso no orçamento, ficaremos sem poder empenhar e executar a despesa”, assegurou.

Fernandes esclareceu que já está readequando as despesas internas e fazendo cortes administrativos e de capital e externamente busca ajuda federal. “Ficamos em situação delicada, pois o orçamento já está sendo executado e o governo vem e contingência de mais 40%. Espero que este problemas seja momentâneo e vamos lutar para que a gente possa reverter isso com o apoio da bancada. É minha estratégia para os próximos meses: juntar com a bancada e tentar reverter isso. Mas por enquanto, as perspectivas são bem negativas, pois o que ouvimos do cenário político nacional é preocupante”, citou.

CORTES – As unidades de Ensino Superior já haviam sofrido uma redução de cerca de R$ 350 milhões em comparação com o orçamento previsto para 2016. No orçamento deste ano, o Governo Federal já havia feito o corte automático de 10% nas verbas para manutenção e de 28% para investimento, atingindo setores da administração superior da UFRR, como as Pró-reitorias e unidades subordinadas.