Cotidiano

Receita atende 130 venezuelanos por dia para emissão de CPF

Imigrantes devem apresentar pedido de refúgio no momento da solicitação do Cadastro de Pessoa Física

A Delegacia da Receita Federal em Roraima está com uma média de atendimentos diários para emissão do Cadastro de Pessoa Física (CPF) bastante elevada. De 150 atendimentos diários, em média 130 são de venezuelanos que procuram o órgão para finalizar a emissão do CPF.

De acordo com o delegado da Receita Federal em Roraima, Omar Rubim, após cumprir toda a tramitação da documentação junto à Polícia Federal (PF) com a solicitação do protocolo de registro do pedido de refúgio, o imigrante se dirige aos Correios e lá é feita a solicitação do documento. A obtenção do número do documento é feita na Receita Federal.

“Obrigatoriamente após o comparecimento na PF para o protocolo de refugiado e a validação do atendimento nas agências dos Correios, é feita a conclusão deste procedimento com a emissão do número do CPF na Delegacia da Receita em Roraima. Depois disso o interessado pode procurar a sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Roraima (SRTE/RR), para solicitar a emissão da carteira de trabalho”, detalhou.

Omar Rubim destacou que o CPF é o documento fundamental para que o cidadão estrangeiro possa tirar sua carteira de trabalho e, por essa razão, a demanda nos próximos meses pode ser superior ao número registrado neste mês. “Antes de emitirmos a ficha de atendimento, os atendentes se certificam se o estrangeiro está de posse de todos os documentos, inclusive o papel de emissão dos Correios. Além destes atendimentos de finalização do número de inscrição, também prestamos toda a orientação de como proceder para a retirada do documento. A carteira de trabalho é o documento que vai viabilizar sua entrada no mercado de trabalho”, detalhou.

Expectativa de emprego temporário tem motivado emissão de documento

A possibilidade de conseguir uma ocupação, mesmo que temporária, tem levado dezenas de venezuelanos todos os dias a buscarem a finalização do processo de retirada do documento na Delegacia da Receita Federal. É o caso da venezuelana Osmari Morales, oriunda da cidade de Tigre, residente há dois meses em Boa Vista e desde então na casa de amigos que chegaram no início do ano passado.

Esta semana, ela conseguiu um emprego temporário em uma firma prestadora de serviço. “Depois de procurar bastante, consegui uma vaga de auxiliar de serviços gerais em uma empresa que presta serviços para um órgão federal. Cheguei aqui na Receita cedo, consegui reunir toda a documentação necessária e agora já estou aguardando para a emissão do documento e assim retirar minha carteira de trabalho, para apresentar neste emprego temporário. O que vou receber não é muito, mas é o bastante para sair do sufoco”, detalhou.

Do mesmo modo, o eletricista Sérgio Gonzalez comentou que há mais de cinco meses está buscando emprego e, nesta semana, recebeu uma proposta para trabalhar em uma reforma de prédios no interior. Foi então que ele procurou os Correios, pois já tinha solicitado o refúgio e, em menos de meia hora, já estava com o número de inscrição do CPF em mãos. “Não quis buscar nenhum abrigo para refugiados, e neste período fiquei na casa de um irmão que já reside com a família no bairro Santa Tereza. Com esta oportunidade de emprego dentro da área que atuo, vou conseguir trazer minha esposa e meu filho para fixarmos residência temporária em Roraima”, comentou. (R.G)