Cotidiano

Reforma ainda não começou

Feirantes estão trabalhando em local improvisado ao lado da feira; previsão é que obra inicie na próxima semana

Os comerciantes da Feira do Passarão, no cruzamento das avenidas Ataíde Teive e Imigrantes, no bairro Caimbé, aguardam há quatro meses o início da reforma geral do local. No final do ano passado, eles foram remanejados para uma área ao lado da Feira e sofrem com o espaço pequeno, construído de forma improvisada e que, em pleno período de chuva, fica enlameado. 

Até o momento, a empresa responsável pela reforma, MF Construtora e Serviços LDTA., isolou o local e demoliu toda a estrutura existente, deixando apenas o telhado inalterado. Após isso, nenhuma outra movimentação foi vista no local pelos feirantes. O orçamento da obra é de R$ 3.166.940,67 e a reforma contemplará o espaço com uma reconstrução completa, que beneficiaria boxes, banheiros, lanchonetes, restaurantes, áreas de açougue, entre outros locais de comércio característicos da feira.

Para o comerciante Fernando Moura, a falta de movimentação na obra é um descaso com os trabalhadores do local, uma vez que eles tiveram que sacrificar e bancar estruturas improvisadas com dinheiro do próprio bolso. “Se a situação já é ruim em um dia normal, imagina quando chove? Tudo isso aqui vira um lamaçal. E isso acontece há meses. Todo mundo aqui sai prejudicado”, relatou.

Para o administrador da Feira do Passarão, Zé Maria, as consequências do realojamento já eram esperadas pelos comerciantes, uma vez que seria de conhecimento de todos a imprevisibilidade do Governo do Estado quanto ao prazo de realização de obras. “Todos nós tínhamos ciência da situação em que estaríamos com o realojamento. Mas estamos cumprindo uma ordem judicial. Sabíamos que esse processo poderia tanto ser rápido como lento”, citou.

Segundo Zé Maria, apesar dos meses sem movimentação alguma na obra, engenheiros estiveram no local nesta semana e, de acordo com o que foi repassado, a reforma começa na próxima semana. “Alguns engenheiros já estiveram por aqui olhando o espaço e, pelo o que me foi repassado, as obras serão retomadas na semana que vem, o que é um alívio para todos nós que estamos esperando essa reforma há tanto tempo”, afirmou.

OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) informou que a empresa contratada, MF Construtora e Serviços, recebeu o pagamento para a primeira etapa da obra, que inclui o isolamento do local e demolição da estrutura. “Após o isolamento, as obras foram paralisadas, mas devem retornar na próxima semana”, afirmou. Além disso, a Seapa também informou que a data de entrega da obra foi alterada de agosto para setembro deste ano.

Quanto à estrutura provisória, onde os 147 feirantes estão alocados, a Seapa esclareceu que a medida foi tomada para permitir que os próprios feirantes pudessem continuar exercendo as atividades. “No local, foi providenciada instalação elétrica e hidráulica, tanto que quem atua no ramo de açougue, venda de peixes e frango, continua utilizando os equipamentos de refrigeração”, mencionou.

Em relação aos prejuízos causados pelo período chuvoso, a Seapa informou que mantém um veículo limpa-fossa à disposição dos feirantes, que retira excesso de dejetos. “Para evitar que a lama tome conta da rua, que é mais baixa do que o nível da Feira, uma equipe de manutenção despejou uma carrada de brita para conter o acúmulo de água”, concluiu. (P.B)