Cotidiano

Repelentes para grávidas atendidas pelo Bolsa Família serão para o fim de janeiro

O final de janeiro é o novo prazo estipulado pelo Governo Federal para começar a distribuição de repelentes para grávidas assistidas pelo Bolsa Família como prevenção ao zika vírus. O primeiro anúncio havia sido feito em janeiro do ano passado, quando 400 mil gestantes estavam aptas a receberem o produto pelo Ministério da Saúde. Em Boa Vista, 42 mulheres grávidas foram notificadas com zika ao longo de 2016.

Segundo o Ministério da Saúde, a demora foi causada pela dificuldade em se conseguir empresas que distribuíssem o repelente em grandes quantidades. Um pregão foi feito somente no mês de dezembro e a licitação está em andamento. Após a conclusão, os produtos devem ser entregues às mulheres em até 15 dias.

A decisão por distribui-los a gestantes foi da então presidente Dilma Rousseff (PT), em abril, sob o argumento de que elas estão em situação de vulnerabilidade.

O repelente é contra o mosquito Aedes aegypti, que transmite zika, chikungunya e dengue, sendo o zika um causador de microcefalia em recém-nascidos. A Prefeitura de Boa Vista afirma que 42 gestantes, de um total de 173 pessoas, tiveram notificação de zika em 2016. Todas as grávidas com suspeita da doença foram recebidas pela Vigilância em Saúde do Município, que as encaminha para a Atenção Básica e faz o acompanhamento com as Equipes de Estratégia de Saúde da Família, com o fim de fazer os exames do pré-natal e todo o monitoramento da gravidez, como medida do perímetro cefálico (formato da cabeça) do feto ainda no exame ultrassom, orientações de rotina e avaliação clínica.

Médicos, enfermeiros e agentes comunitários são os responsáveis por esses cuidados. Mesmo depois do nascimento, é possível identificar a microcefalia fazendo a medição do perímetro cefálico. A Prefeitura ressaltou que houve redução em relação a 2015, quando 61 gestantes com suspeita de zika foram acompanhadas.

ESTADO – A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) lembrou que nos anos de 2015 e 2016, 35 casos de microcefalia foram registrados, mas somente 13 foram confirmados em laboratório até o momento. Frisou que, apesar do baixo registro de casos de microcefalia com confirmação laboratorial de relação com o zika vírus, o Ministério da Saúde considera que esse dado não representa adequadamente a totalidade do número de casos relacionados ao vírus.

“A pasta considera que houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia. A confirmação laboratorial sobre a relação entre zika e microcefalia é realizada pelo Instituto Evandro Chagas, vinculado ao Ministério da Saúde”, diz a nota. (NW)