Cotidiano

Residências recebem armadilhas com inseticida para combater mosquitos

São 450 casas de nove bairros de Boa Vista que terão recipientes com larvicidas, que serão disseminadas pelos próprios mosquitos

A Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) iniciou, na manhã de ontem, 29, o plano de instalação de cerca de 450 estações disseminadoras de larvicidas em nove bairros da Capital. O projeto desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz do Amazonas (Fiocruz-AM), com apoio do Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), servirá para combater a proliferação do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, o Aedes aegypti.

Os bairros Asa Branca, Buritis, Caimbé, Cambará, Cinturão Verde, Liberdade, Pricumã, Jardim Primavera, Santa Tereza e Tancredo Neves, todos na zona oeste, foram escolhidos conforme o grande número de moradores e a concentração de casos das doenças provocadas pelo mosquito.

Segundo a PMBV, os quatrocentos recipientes com larvicidas serão distribuídos somente nesta primeira etapa nas localidades selecionadas, mas três mil estações já foram entregues aos técnicos e agentes de combate a endemias da Prefeitura, capacitados pela Fiocruz, que são os responsáveis pela instalação e manutenção das unidades.

Com um mês após a instalação, os agentes voltam às casas para fazer a manutenção, que consiste em uma nova aplicação do larvicida nas estações. A previsão é que, após a instalação das unidades, o projeto seja ampliado para toda a Capital.

FUNCIONAMENTO – Conforme o supervisor geral dos agentes de endemias, Washington Alves, as estações disseminadoras de larvicidas são vasilhas revestidas com um tecido escuro, que conta com uma dosagem de água e inseticida. A ideia é que o equipamento funcione como um atrativo para os mosquitos despejarem os seus ovos.

“As estações serão instaladas em um local seguro, de difícil acesso para crianças e animais, onde normalmente há uma concentração maior do Aedes, para que o mosquito possa ir lá fazer a postura dos seus ovos. Vários mosquitos vão procurar aquele local com água e escuro, mas não estão contando que lá está impregnado com o larvicida”, explicou.

“O mosquito vai encostar no veneno, se impregnar com o larvicida e, como o Aedes não faz a postura de ovos em um local só, vai levar aquele inseticida nas patas para outros criadouros, com o objetivo de inibir o desenvolvimento das larvas em outros locais”, complementou Alves.

APOIO – De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, Emerson Capistrano, a população tem que ficar ciente do raio de ação do Aedes aegypti. “O mosquito consegue voar até 300 metros do local de origem dele. Quando a gente acertou as residências no mapa, foi levado em consideração tudo isso, para ter uma cobertura total. Se na casa de uma pessoa não tem, mas na do vizinho tem, não quer dizer que a população esteja desprotegida. Pelo contrário, todos daquela área onde tem a estação estão protegidos”, afirmou.

Capistrano reforçou a importância da atuação dos moradores, em não deixar de realizar as medidas de combate ao mosquito. “Os cuidados que as pessoas vêm mantendo até hoje, de não deixar água parada em latas e garrafas, devem ser mantidos. As estações são uma ferramenta complementar. As pessoas não podem se desleixar e permitir que as casas virem novamente criadouros de mosquito”, frisou.

Este ano já foram 216 casos de doenças causadas pelo mosquito

Dados da Prefeitura Municipal de Boa Vista revelam que, somente nestes cinco primeiros meses, o ano de 2017 já superou o número de casos confirmados de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti na Capital, em todo o ano passado.

Até o momento, foram 216 casos confirmados, sendo 20 de dengue, 103 de chikungunya e 93 de zika. Durante este mesmo período, foram notificados 765 casos de dengue, 685 de chikungunya e 181 de zika totalizando 1.631 casos na Capital.

O número é bem superior ao que foi registrado durante todo o ano passado, considerando que em 2016 foram computados apenas 73 confirmações, sendo 20 de dengue, quatro de chikungunya e 49 de zika. O registro de notificações também foi maior este ano, considerando que foram contabilizadas 115 notificações de dengue, 32 de chikungunya e 63 de zika, ou seja, 210 ao total. (P.C.)