Cotidiano

Risco de colapso de energia em Roraima é nulo, diz Eletrobras

Roraima é dependente do fornecimento de energia elétrica da Venezuela e instabilidade no país vizinho tem preocupado

Único estado brasileiro que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), Roraima é dependente, desde 2001, do fornecimento de energia elétrica da Venezuela por meio do Linhão de Guri. O país vizinho, no entanto, vive em grave crise política e econômica, o que tem preocupado os roraimenses por conta dos constantes apagões de energia.

De acordo com a Eletrobras Distribuição Roraima, o contrato prevê 200 Megawatts por mês, mas o abastecimento caiu pela metade nos últimos anos por conta da crise energética enfrentada no país vizinho.

Enquanto a burocracia impede a continuidade das obras do Linhão de Tucuruí, que irá interligar o Estado ao SIN, por meio de Manaus (AM), a saída encontrada para minimizar a crise energética em Roraima foi o reforço do parque térmico, com ampliação de duas termelétricas e construção de outras duas, que possuem capacidade de geração de 189,1 MW.

Apesar de preocupante, a crise energética no Estado foi minimizada pelo presidente da Eletrobras Distribuição Roraima, Anselmo de Santana Brasil, que assegurou o risco nulo de colapso em caso de desabastecimento vindo da Venezuela. “Havendo interrupção total do fornecimento de energia pela Venezuela, estaremos preparados para atender ao mercado. Hoje Boa Vista é a única Capital no Brasil com capacidade de geração térmica para atender a demanda existente”, afirmou.

Ele informou que fará uma visita, na segunda quinzena de Maio, ao país vizinho. “A situação da Venezuela todos nós conhecemos, um país que está vivendo uma instabilidade. Uma das providências que estamos tomando será uma visita a empresa responsável pelo abastecimento, pois precisamos sentir de perto como está a situação da geração de energia, a previsão e como estão passando pela crise”, disse.

A principal preocupação da estatal em caso de desabastecimento no Linhão de Guri, de acordo com o presidente, é financeira. Os gastos diários estimados com a operação das termelétricas para gerar energia ao Estado são de R$ 4 milhões. “Se isso acontecesse, as nossas despesas disparariam, porque é evidente que o consumo de geração de energia a partir do diesel é superior ao hidráulico que adquirimos da Venezuela.

Precisaríamos de um caminhão de diesel a cada hora, que chegaria pela estrada vindo de Manaus para cá, o que não é uma coisa boa e torna a dificuldade de fornecimento grande”, explicou.

O presidente da Eletrobras informou que, atualmente, as termelétricas possuem reserva de combustível para 15 dias. “Estamos começando a preparar uma contagem extra, aumentando a capacidade para ter uma segurança maior operacional. Esse período é suficiente para manter a logística de abastecimento para as usinas, mas queremos aumentar nossa capacidade de estoque. Se acontecer, posso afirmar que não teremos problemas técnicos de atendimento”, garantiu.

De acordo com Anselmo, caso haja novos apagões, as usinas recompõem energia ao Estado em, no máximo, 14 minutos. “O risco de Roraima ficar no escuro é zero. Aqui em 14 minutos recompomos com as usinas quando tem interrupção da Venezuela. Temos uma segurança por ter capacidade de geração suficiente maior que qualquer outra Capital do Brasil”, frisou. (L.G.C)