Política

Rondinele Tambasa volta à Câmara e Marcelo Lopes deixa o cargo

Tambasa se licenciou do Legislativo para ocupar o cargo de secretário extraordinário no governo Suely Campos

Rondinele Tambasa (Podemos), que ocupava o cargo de secretario extraordinário estadual de Gestão Internacional, reassumiu a vaga na Câmara Municipal de Boa Vista. O pedido de retorno foi protocolado na quarta-feira, 3, e recebido pelo presidente da Casa, vereador Mauricélio Fernandes (PMDB). Tambasa também é vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal e deve reassumir o posto. Os trâmites das alterações ainda devem ser publicados pela Casa.

Natural de Lago da Pedra (MA) e vivendo em Roraima desde 1995, Tambasa foi eleito vereador com 2.130 votos pela coligação “Boa Vista Justa para Todos”, formada pelos partidos PTN, PMN e PEN.
O vereador ocupava, no Governo de Roraima, o cargo no lugar de Verônica Caro, que foi nomeada para assumir a vaga de coordenadora geral pertencente à estrutura do Grupo Técnico Especializado de Estudos das Áreas Indígenas do Estado de Roraima (GTE-RR).

A reportagem da Folha procurou o parlamentar, mas ele não atendeu às ligações. A reportagem tentou ainda contato com a assessoria de comunicação do parlamentar, que não retornou a demanda até o fechamento da matéria.

MARCELO LOPES – O suplente de Tambasa, o empresário Marcelo Lopes (PEN), que ficou quatro meses no cargo, fez uma avaliação do período que passou na casa e disse que ainda não tem projetos para 2018. “Atuei de forma independente (sem sustentação de grupo político) durante todos os meses que passei na Câmara. Acredito ter contribuído para o aprimoramento de questões legislativas na casa, aproveitando nossa experiência no Executivo municipal”, explicou.

O ex-parlamentar explicou que discutiu intensamente projetos importantes, como Plano Plurianual (PPA), Lei Orçamentária Anual (LOA) e Gratificação de Incentivo à Docência (GID). “Não nos furtamos de atuar de forma técnica e profunda nos projetos de menor alcance ou de autoria legislativa, mas que de alguma forma também poderiam trazer benefícios à população, como foi o caso do projeto de lei de autoria do vereador Linoberg sobre a obrigatoriedade de projeto técnico social nas obras públicas municipais. Atuamos também em audiências públicas de grande relevância, como a da cultura e a da mobilidade urbana”, frisou.

Marcelo Lopes afirmou se sentir frustrado pelo fato de todo o trabalho, empenho, discussões e audiências públicas terem sido superados pela vontade do Executivo municipal. “A grande maioria que forma a base aliada do Executivo na Câmara não permitiu o desenvolvimento que quaisquer ideias ou ponto de vistas que não fossem totalmente alinhados com a vontade absoluta e unilateral do Palácio 9 de Julho. Como agente fiscalizador, demandei matérias importantes ao Executivo, que também foram ignoradas”, afirmou.

“Foram solicitações que demonstrariam transparência na contratação das empresas prestadoras de serviços de lixo, capina, varrição, irrigação, publicidade, sistemas de informática, bem como problemas sérios na folha de pagamento da saúde na utilização da Produtividade de Serviços de Saúde (PSS). Porém, como nos outros casos, fui ignorado nas respostas que foram inclusive reiteradas, assim como nas prestações de contas da educação que não acompanham uma folha de papel comprovando nada do que foi apresentado que inclusive tem muita informação questionável”, acrescentou.

Lopes garantiu que todas as suas demandas oficiadas ao Executivo foram encaminhadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público estadual (MPRR). “Acreditamos no acompanhamento das duas casas, já que ao tentar aprovar requerimento no Plenário da Câmara Municipal com teor semelhante, que obrigaria o Executivo repassar tais informações de imediato, tivemos nosso pleito negado pela maioria dos vereadores”, lembrou.

O ex-vereador garantiu que a experiência no Legislativo foi importante. “Consegui entender a diferença entre a representação popular e o modelo legislativo utilizado em Boa Vista hoje, e também enxerguei a política com outros olhos. Ainda temos um longo caminho a percorrer em nosso país para ver a população protegida e sua vontade atendida por seus representantes”, concluiu.

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