Cotidiano

Roraima é usado como alternativa de fuga a traficantes de drogas, diz PF

Nos depoimentos, suspeitos relatam que droga é comprada no Amazonas e não em Roraima

O Aeroporto Internacional de Boa Vista – Atlas Brasil Cantanhede tem sido utilizado como alternativa de fuga para traficantes vindos de outros Estados, segundo a Polícia Federal em Roraima. Nas últimas semanas foram registradas as prisões de alguns jovens tentando embarcar com drogas, principalmente a ‘Skunk’, conhecida supermaconha. Em um caso, o preso ia para a Paraíba e, no outro, para o Rio de Janeiro.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Alan Robson, os criminosos têm utilizado o Estado para burlar a fiscalização nos aeroportos. “Tem havido apreensões constantes. Sempre tivemos atuação de policiais no aeroporto, onde se vê situações suspeitas e bagagens suspeitas por meio da base instalada da PF. Essas abordagens têm gerado os flagrantes de pessoas que vão para todos os lugares do Brasil passando por Roraima. Alguns deles falaram que fogem de Manaus e buscam o aeroporto de Boa Vista como alternativa”, afirmou o delegado.

Para Alan Robson, todo aeroporto é considerado como uma possível rota de tráfico de drogas. “A droga é uma mercadoria e o traficante quer entregar ao destinatário. Pela lógica, Roraima está fora dessa rota normal que seria nas grandes cidades. Não se tem notícias que essas drogas entram por Roraima, nos depoimentos é apontado que a droga é obtida em Manaus”, explicou.

Apesar disso, a Polícia Federal destacou que tem intensificado as fiscalizações no combate ao tráfico de drogas. “As prisões mostram que as fiscalizações são realizadas aqui também. Não se vê policiais federais na estrada, até porque na rodovia a função é prevista pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O nosso trabalho é eminentemente investigativo. Se nós fazemos flagrante de pessoas no aeroporto, temos que fazer o inquérito policial, desvendar quem forneceu, para quem irá entregar”, frisou.

NÚMEROS – Os dados do Setor de Estatística da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) mostram que, somente em 2015, foram apreendidos mais de 114 quilos de drogas no Estado, sendo 80,2 quilos de maconha, 34,1 quilos de cocaína e 26 gramas de crack.

No ano seguinte, em 2016, houve uma pequena diminuição na quantidade de drogas apreendidas, em que foram totalizados 87,9 quilos. O curioso, no entanto, foi o aumento significativo de cocaína apreendida, de 60,9 quilos, ou seja, quase o dobro que em relação a 2015. Também foram recolhidos 26,2 quilos e 613 pés de maconha, além de 367 gramas de crack. Já nos primeiros sete meses de 2017, a polícia conseguiu apreender 1,2 quilo de maconha e 4,4 quilos de cocaína. (L.G.C)