Polícia

Roraima não registra roubo de cargas desde o ano passado

Levantamento feito pela Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) apontou que subiu 86% o número de roubos de cargas no Brasil, de 2011 a 2016. Mas, em Roraima, o setor de Estatística da Polícia Civil não registrou nenhum caso desde o ano passado, de acordo com informações da Assessoria de Comunicação da Polícia Civil.

Um delegado da Polícia Civil explicou que um conjunto de fatores inibe os criminosos que planejam roubar cargas no Estado. O isolamento do Estado e as poucas rodovias, por exemplo, são alguns desses fatores, sem falar na atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas rodovias de Roraima.

“Transporte de valor chega a Roraima mais por via aérea, o que praticamente inviabiliza o roubo porque não é comum aqui, no Estado, transportar cargas valiosas por via terrestre. Outra: este tipo de crime é cometido por bandidos especializados e isso é mais comum no Nordeste, Sudeste e Sul do País. Felizmente, neste sentido, Roraima ainda engatinha nesta modalidade de crime”, observou o delegado.

No conjunto de fatores a qual o delegado se refere entra o investimento em segurança por parte dos empresários. Um comerciante de 56 anos, que tem uma firma que trabalha com gêneros alimentícios no bairro São Vicente, zona Sul da Capital, lembrou que investiu no ano passado mais de R$ 20 mil em equipamentos eletrônicos para se precaver dos assaltos.

“Instalei rastreador nos meus três caminhões e da sala do meu escritório eu monitoro onde os carros param, para onde vão. É uma segurança a mais que tenho para garantir meu patrimônio”, frisou o empresário.
Todo cuidado é pouco. A pesquisa da Firjan mostrou que transportar carga no Brasil é tão perigoso quanto no Iraque ou na Somália, países em que conflitos armados se arrastam há anos. Essa é a avaliação de um comitê do setor de cargas no Reino Unido, que listou os 57 países em que é mais arriscado transportar mercadorias.

Segundo o Joint Cargo Committee, o Brasil é o oitavo país em que é mais perigoso transportar carga. Se excluídas as nações atualmente em guerra, como Síria e Sudão, o Brasil passa a ocupar o topo da lista, seguido de perto pelo México. São 22 mil roubos de cargas por ano e na soma não entra os casos do Acre, Amapá, Paraná e Roraima. (AJ)