Política

Roraima quer que União pague por gastos com venezuelanos

Governadora não abre mão de mais recursos e quer fechar fronteira

A reunião entre representantes do governo federal e do governo de Roraima para encontrar uma solução para o grande fluxo de imigrantes venezuelanos no estado terminou com uma única certeza: haverá nova audiência no dia 8 de junho para tratar do tema.

Ao fim do encontro, realizado no Supremo Tribunal Federal (STF), a governadora Suely Campos (PP), que pede mais recursos ao estado, disse que qualquer ajuda é bem vinda e que continuará pedindo o fechamento da fronteira. Já a ministra Grace Mendonça, da Advocacia-Geral da União (AGU), representante do governo federal, não deu garantias de que haverá repasses adicionais e, contrária ao fechamento da fronteira, disse que essa posição é inegociável.

O encontro foi mediado pela ministra Rosa Weber, relatora no STF de um pedido do governo de Roraima para fechar a fronteira e conseguir mais recursos do governo federal, uma vez que os serviços públicos do estado estão sobrecarregados em razão dos venezuelanos.

Em petição apresenta na audiência desta sexta-feira, o governo roraimense pleiteou um repasse inicial de R$ 17,4 milhões para custear gastos públicos, além de valores extras a serem pagos pela União todos os meses, e outros R$ 138,6 a serem ressarcidos por despesas com saúde efetuadas desde 2016. A resposta do governo federal não foi animadora.

– O governo federal se comprometeu nessa audiência a analisar o pedido apresentado. Daí a disponibilização dos recursos há uma distância realmente muito grande. De antemão já mencionamos aqui que os valores ali apresentados não levam em consideração todos os recursos já disponibilizados pela União ao estado – afirmou Grace Mendonça em entrevista após a reunião, dizendo ainda que, segundo a Constituição, o Judiciário não pode determinar o fechamento de fronteiras:

– Não há a menor possibilidade do fechamento das fronteiras. Esse aspecto é inegociável para o Estado brasileiro, para o governo federal.

Ao fim do encontro, a governadora do estado apresentou um novo valor: quer pelo menos R$ 180 milhões.

– Qualquer ajuda é bem vinda na situação em que o estado se encontra. Para você ter uma ideia, eu recentemente tive que fazer uma compra de medicamentos emergencial, de 25 toneladas. E tive que pedir ajuda da FAB (Força Aérea Brasileira) para levar os medicamentos no avião, porque não poderíamos esperar chegar via terrestre, tal é a necessidade. E esses medicamentos têm durabilidade de quatro meses. Daqui a pouco temos que comprar mais medicamentos – afirmou a governadora.

Segundo ela, o pedido de fechamento da fronteira continua vivo:

– Nós continuamos mantendo o pedido de fechamento temporário da fronteira. Isso é um anseio da população de Roraima. É um pedido justo, porque nossa população está sendo impactada no dia a dia, no seu cotidiano. Vagas de empresas estão sendo preteridas por venezuelanos e deixando nossos trabalhadores, da área da construção civil, principalmente, porque eles cobram mão de obra muito mais barata que os brasileiros.

Com informações de O Globo

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