Cotidiano

Roraima registra 1,5 mil casos de invalidez permanente em 10 meses

Das 1.663 indenizações pagas de janeiro a outubro pelo DPVAT, 1.543 foram referentes a pessoas com invalidez permanente

A violência no trânsito tem sido uma cena corriqueira nos últimos meses, em Roraima. Assim como na semana anterior, foi alto o número de acidentes com mortes no fim de semana passado. De janeiro a outubro deste ano, o Boletim Estatístico do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) mostrou que mais de 90% das indenizações pagas são por invalidez permanente.

Conforme o boletim, das 1.663 indenizações pagas no Estado, 1.543 indenizações foram referentes à invalidez permanente. O índice foi o quinto maior número da região Norte, representando 6,56% do total. Além disso, 30 indenizações foram pagas por despesas médicas e 90 para os casos de morte, representando 3,07% do valor total, o menor índice registrado na região.

Mais de 30 mil indenizações foram pagas em toda a região Norte durante o período analisado, sendo 62% por acidentes fatais envolvendo motocicletas, 24% envolvendo automóveis, 9% referente a caminhões e picapes, 3% relacionadas a micro-ônibus, ônibus e vans e 2% de ciclomotor.

O chefe da Divisão de Fiscalização do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Vilmar Florêncio, atribuiu os índices de mortes às imprudências. Segundo ele, 95% dos acidentes que ocorrem em Roraima estão relacionados à desobediência das normas de trânsito, principalmente por parte dos motociclistas que, junto aos ciclistas e pedestres, representam 80% das mortes no trânsito. “O alerta que a gente precisa deixar é a questão da obediência. As pessoas pensam que dirigir é questão de ter um domínio prático do veículo”, disse.

EDUCAÇÃO E FISCALIZAÇÃO – O Detran trabalha com duas vertentes: educação e fiscalização. Florêncio explicou que, durante todo o ano, ações educativas são desenvolvidas em escolas e demais instituições que acionam o órgão para a realização de palestras. Dentro da vertente o órgão também conta com o Cidadão do Futuro, um projeto direcionado a jovens, que oferece aulas de legislação de trânsito, oficinas e teatro.

Aliado à educação, é realizada a fiscalização. As ações educativas também são direcionadas ao público mais velho, apesar de saber que mudar um hábito ou vício de um condutor que já dirige é difícil. Diante do cenário violento no trânsito, Vilmar Florêncio declarou que as fiscalizações serão intensificadas, principalmente com a chegada do final do ano. “As pessoas tendem a consumir álcool por conta das festas e confraternizações”, disse.

BLITZ – O último alerta deixado por Florêncio foi em relação ao aviso de blitz em grupos de WhatsApp. Além de ser ilegal, o indivíduo colabora para que pessoas que dirigem de forma ilegal, embriagadas e sem a documentação escapem da fiscalização e possam vitimar pessoas, às vezes da própria família.

“Alguns dos casos mais recentes tiveram envolvimento de álcool. Então é importante que a população tenha em mente que o trabalho da fiscalização é proporcionar um trânsito seguro para todos”, frisou. (A.G.G)