Cotidiano

Rorainópolis registra primeiro caso de primata morto por febre amarela no Estado

Segundo a Prefeitura, medidas já estão sendo tomadas para evitar uma epidemia da doença

A Secretaria Municipal de Saúde de Rorainópolis confirmou neste sábado, 04, primeiro registro de morte de primata por Febre Amarela, o que coloca as autoridades em alerta sobre possível surto da doença no Estado.

Conforme a Secretaria, um macaco foi encontrado morto no final da Vicinal 04, no quilômetro 20 daquele município. Após análise e emissão de laudo do Instituto Evandro Chagas, do Pará, constatou-se que o primata da espécie “Alouatta Seniculus” continha o vírus da Febre Amarela.

Ainda segundo a Secretaria, desde o início deste ano a pasta vinha recebendo diversas notificações de populares sobre o aparecimento de primatas mortos em vicinais da região, fazendo com que fossem tomadas algumas medidas de vigilância em saúde.

Em coletiva de imprensa, o prefeito Leandro Pereira destacou que já iniciou a elaboração de um plano emergencial para o controle e  prevenção da doença, bem como o chamamento da população para a atualização do cartão de vacinas e o combate ao Aedes aegypti, mosquito responsável por transmitir a doença.

Na ocasião o gestor pediu que a população mantenha-se tranquila pois o trabalhos estão em curso. Sabendo que o município faz fronteira com o estado do Amazonas, ele pedirá apoio ao Governo Federal e sinalizou que vai buscar parceiras com o Estado para que a população não seja atingida pelo vírus.

Até a quinta-feira, 02, o Ministério da Saúde já contabilizava 968 casos de epizootias em primatas no país. Deste número, 386 foram confirmados, 240 estão sob análise e 08 foram descartados. Vale destacar que a febre amarela apresenta dois ciclos epidemiológicos de acordo com o local de ocorrência e a espécie de vetor (mosquito transmissor), podendo ser urbano e silvestre.

A última ocorrência de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no estado do Acre, no ano de 1942. Atualmente, ainda se teme a presença da doença em áreas urbanas, especialmente depois do final da década de 70, quando o mosquito Aedes aegypti retornou ao país.

O ciclo silvestre só foi identificado em 1932 e desde então surtos localizados acontecem nas áreas classificadas como áreas de risco, também chamadas de “Indene”, que compreende os estados do Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Maranhão.

Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Saúde, ressaltou que o caso confirmado neste sábado foi detectado em ambientes silvestres, ou seja, o risco maior está na área de floresta. “Desta forma, tem que atentar para os profissionais que trabalham na floresta, com por exemplo os madeireiros, agricultores, caçadore, pescadores, dentre outros. O foco no momento não é urbano e sim rural”, informou a Pasta.