Política

STF homologa delação premiada onde senador de Roraima é citado

Das 77 delações de executivos e ex-funcionários da Odebrecht, Romero Jucá é citado em seis casos

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou na manhã desta segunda-feira, 30, 77 delações de executivos e ex-funcionários da empresa Odebrecht. O senador por Roraima, Romero Jucá (PMDB-RR) é citado em seis casos diferentes.

Melo Filho aponta Jucá, conhecido como “Cajú”, como o principal responsável pela arrecadação do PMDB, centralizando a distribuição de mais de R$ 22 milhões, quantia paga pelo delator em nome da Odebrecht, dentro do partido.

O delator diz que Jucá era seu principal interlocutor no Congresso e teria cumprido esse papel ao apoiá-lo em pelo menos 12 atos ou propostas legislativas. Além disso, antecipava “atuações de deputados” contrários aos interesses da empresa.

COM A HOMOLOGAÇÃO, DOCUMENTOS GANHAM VALIDADE JURÍDICA – A íntegra do conteúdo da delação onde Romero Jucá é citado, foi revelada pelas revistas “Isto É” e “Veja”, em edições que circularam em dezembro.

Na lista, o senador aparece em uma ampla lista de políticos que teriam recebido doações ilegais de campanha, como o atual presidente Michel Temer e o atual presidente do Senado Renan Calheiros, entre outros.

Na ocasião, em nota divulgada na sua página pessoal do Facebook, o senador Romero Jucá afirmou que desconhecia o teor da delação de Cláudio Melo Filho e negou que recebesse fundos pelo partido.

PRÓXIMOS PASSOS – A partir de agora, as informações relatadas por delatores poderão ser usadas pela Procuradoria-Geral da República para aprofundar as investigações.

O órgão deve receber ainda nesta segunda-feira toda a documentação. Os procuradores poderão, por exemplo, pedir abertura de inquérito ou mandado de busca e apreensão.

Por enquanto, o sigilo das informações será mantido pelo STF. A lei que baliza a delação premiada determina que as informações fiquem em sigilo até o oferecimento da denúncia.