Cotidiano

Secretaria de Saúde realizou mais de 15 mil cirurgias eletivas em 2016

Só no Hospital Geral de Roraima foram realizadas quase 11 mil cirurgias, entre eletivas e de emergência

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) vem realizando, desde o ano passado, um número maior de atendimentos de cirurgias programadas, também chamadas de cirurgias eletivas. Levando em consideração somente os procedimentos realizados no Hospital Geral de Roraima (HGR), o número saiu de cerca de 4 mil cirurgias em 2015 para 5.800 em 2016.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, César Penna, somando os procedimentos de emergência e todas as cirurgias eletivas realizadas no Estado, contabilizando as feitas no HGR, no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) e no Hospital de Rorainópolis, esse número supera a marca de 15 mil.

“Em 2016, foram 5.800 cirurgias eletivas só no HGR. Fora as cirurgias de emergência, que totalizaram quase 5 mil cirurgias. Na maternidade, foram cerca de 4 mil cirurgias. Ainda tem Rorainópolis, com mais de 1.200”, revelou César Penna, em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020.

Segundo o secretário, a razão pela quantidade expressiva de cirurgias foi por conta da demanda reprimida sofrida pelos pacientes em Roraima. “O Estado vinha com uma demanda reprimida muito alta. Para se ter uma noção, em fevereiro de 2016, havia uma demanda reprimida de 1.200 cirurgias só de vesícula. Hoje essa demanda está em volta de 400 a 450 pacientes”, afirmou.

Para o número de atendimentos continuar subindo, o secretário revelou que o planejamento da Sesau é ofertar ainda mais os procedimentos, principalmente, os que são mais solicitados para o Tratamento Fora de Domicílio (TFD). É o caso das cirurgias de retina, ortopedia de alta complexidade, cardíaca e transplante de órgãos.

“Por exemplo, as cirurgias de retina já são realizadas desde agosto do ano passado aqui. Essas cirurgias começaram com uma média de duas a três cirurgias por semana e nos últimos meses já chegamos a realizar seis cirurgias por semana. Vale lembrar que uma cirurgia de retina chega a custar R$ 15 mil e esse procedimento vem auxiliar muitos problemas. O paciente com descolamento de retina não tinha tempo para ficar na fila do TFD, por conta da possibilidade da perda da visão. Hoje dois profissionais, um em Roraima e outro no Amazonas, que vem a Boa Vista duas vezes ao mês, estão conseguindo suprir a demanda”, avaliou o secretário.

Quanto à cirurgia de ortopedia de alta complexidade, o secretário revelou que há a expectativa da vinda de uma equipe do Instituto Nacional de Trauma e Ortopedia (INTO), para realização de uma primeira avaliação já em março deste ano, para viabilizar a realização das cirurgias.

“Com isso, nós ficaríamos com duas grandes demandas resolvidas. O terceiro passo seria tentar um convênio com algum instituto de fora para fazer as cirurgias cardíacas em Roraima”, acrescentou Penna.

O secretário disse ainda que a Sesau está planejando outras ações para melhor a aplicação dos recursos e redução de despesas. “Para se ter uma ideia, no ano passado, a Sesau gastou R$ 7 milhões só com passagens aéreas para TFD, R$ 5,5 milhões de ajuda de custo e R$ 1,9 milhões de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Aérea. Então, ao todo, foram mais de R$ 14 milhões. Quando nós trazemos o profissional para cá, a gente espera que tenha uma redução de custos”, disse.

Além disso, Penna disse que não descarta a possibilidade de terceirizar outras demandas, numa tentativa de diminuição de custo e melhor atendimento da população. “Em 2017, nós vamos abrir um credenciamento de clínicas para realização de cirurgias eletivas. Sai mais barato bancar um leito em uma unidade de saúde particular às vezes do que no próprio HGR. Aquilo que for mais viável fazer na rede pública, a gente faz. Se for na rede privada, a gente vai ter que fazer”, afirmou. (P.C)

Obras do Hospital das Clínicas e do anexo do HGR podem atrasar

Ainda durante o programa Agenda da Semana, o secretário de Saúde, César Penna, afirmou que pode haver atraso na conclusão das obras de construção do anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR) e do Hospital das Clínicas em razão da situação do orçamento do Estado.

“Nós já temos o projeto do arruamento do Hospital das Clínicas todo pronto, já foi licitado, já tem uma empresa ganhadora, só que eu não consigo emitir a ordem de serviço por que eu não tenho orçamento”, disse Penna. “Eu tenho que ter o orçamento, para poder fazer o empenho e a empresa poder começar a obra. Depois que começar a obra, são 90 dias para entregar”, avaliou.

Quanto ao repasse de somente 12% dos 18% que ficaram acordados na Lei Orçamentária Anual (LOA), para superação do déficit da saúde, o secretário disse que a Sesau já entrou em contato com a Secretaria do Planejamento (Seplan) e Secretaria da Fazenda (Sefaz) para viabilizar o recurso.

“A Sesau continua recebendo só os 12% e não os 18%. A gente só espera que essa discussão termine logo para a gente poder executar o orçamento previsto. A Sesau fez um planejamento e pretende fazer uma complementação das ações com as emendas parlamentares. A gente precisa dessa resolução porque eu não posso licitar equipamentos com recursos de emendas parlamentares. Os processos estão todos prontos para serem licitados”, pontuou César Penna. (P.C)