Política

Secretário do governo estadual diz que falência da Cerr começou em 89

A empresa começou a entrar em declínio quando a geração e distribuição de energia passaram para a União

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, domingo, dia 29, o secretário de Relações Institucionais do Governo do Estado, Marcelo Lopes, afirmou que o declínio da Companhia Energética de Roraima (Cerr) iniciou em 1989.

Foi nesse período que o Estado, que tinha como governador o atual senador, Romero Jucá (MDB), passou a administração da geração e distribuição de energia de Boa Vista – maior geradora de receita da empresa – para o Governo Federal por meio da Eletronorte.

A Cerr, até o ano de 1989, era uma empresa próspera, geradora de empregos, renda e receita para o Estado. Após a transferência da geração e distribuição de energia da Capital para o Governo Federal, a empresa passou a amargar prejuízos. “O que restou para a Cerr foram os municípios do interior que nem somados chegariam à estrutura de Boa Vista”, informou Lopes.

O principal problema da empresa nos municípios do interior era que a geração e o fornecimento de energia eram subsidiados pelo Estado. “Nas comunidades indígenas, zonas rurais e vilas, era cobrada uma taxa de consumo simbólico, isso quando não era gratuito. O papel da empresa nestas localidades visava mais o social que o lucro. A falta de recursos era compensada por Boa Vista”, detalhou.

Desde então, a empresa passou a enfrentar sérios problemas para se manter, o que refletiu na qualidade do serviço, que passou a ser inferior àquele antes de 1989. “A empresa foi ficando cada vez mais sucateada. Essa situação levou o governo, na época da administração de José de Anchieta, a propor a federalização da empresa, que só causava prejuízos ao executivo estadual”, lembrou.

A proposta era fazer um empréstimo de R$ 600 milhões para sanear a Companhia. Ou seja, a quitação de todos os débitos e o cumprimento de todas as exigências trabalhistas. Na época, foi assinado um protocolo de intenções com o Governo Federal, que se responsabilizaria pela compra da empresa após a regularização das pendências.
“O empréstimo foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) e assim que os recursos entraram em conta, os primeiros fornecedores pagos foram a Petrobras e a Eletrobras, em detrimento dos demais e do pagamento de direitos trabalhistas aos empregados da empresa”, pontuou.