Política

Senadora insiste na defesa do Linhão de Tucuruí para Roraima

A senadora condena o governo do presidente Michel Temer por impedir os avanços para realização da obra

A questão energética voltou a ser debatida no programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 1020 AM, domingo, 10. Em entrevista, mais uma vez a senadora Ângela Portela (PDT) defendeu a implantação do Linhão de Tucuruí, ligando Roraima ao sistema nacional de distribuição de energia.

Para a senadora, a construção do Linhão é imprescindível para que Roraima deixe de depender da energia de Guri, da Venezuela. Também considerando a proximidade de suposto fim de contrato com o país vizinho em 2020, para fornecimento de energia. Ela acredita que a solução para o problema esteja justamente no processo eleitoral, que acontece em outubro deste ano.

“Esperamos que o novo presidente da República retome negociações com o Governo Venezuelano, para que a gente tenha segurança de que não vamos ficar totalmente dependentes das termelétricas e de alternativas que estão sendo estudadas”, afirmou.

Porém, as alternativas estudadas pelo Ministério de Minas Energia tratam das energias: solar, eólica e de biomassa. No entendimento da senadora, essas formas levam em torno de três anos até que sejam implantadas. “Enquanto isso precisamos de uma solução definitiva, como a construção do Linhão de Tucuruí”, completa.

A parlamentar reforçou que vem defendendo a construção do Linhão desde o governo Dilma Rousseff (PT) e até participou, em 2011, do pregão na Bovespa, em São Paulo, para construção da obra. “Segundo o pregão, nós teríamos o prazo de cinco anos e em 2015 seria entregue o Linhão de Tucuruí. Desde o começo, acompanho o desdobramento”, explica.

À seu ver, o motivo da obra não ter sido entregue no tempo previsto e ainda não ter sido solucionada, envolvem questões políticas e jurídicas. Segundo a senadora, durante o governo Dilma houve avanços no setor, como a carta de anuência da Fundação Nacional do Índio (Funai) encaminhada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a emissão da licença prévia.

Porém, em fevereiro do ano seguinte, o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) ingressou com ação pedindo nova consulta aos indígenas e obteve liminar. Ainda assim, a parlamentar lembra que foi criada uma força-tarefa para solucionar a questão. No entanto, em maio a presidente Dilma foi destituída, desde então os avanços estagnaram.

“De lá para cá, eu vi uma entrevista do então presidente da Funai explicando o processo de passagem do Linhão pela área indígena e que a negociação esteve parada por quase dois anos. Dois anos de paralisação”, criticou Ângela. “Ele disse que este ano teve o primeiro passo. Depois tiraram o presidente da Funai”.

A senadora criticou ainda que parlamentares do Estado divulgaram que o problema estava resolvido junto aos indígenas, mas não houve discussão. “Não era verdade. Foi apenas uma reunião na qual as lideranças se dispunham dialogar. É lamentável que nada tenha sido feito para destravar a obra do Linhão de Tucuruí”, frisou.

Redução da violência contra mulher e jovens motivou alocação de recursos

Outro assunto discutido por Ângela durante o Agenda da Semana foi o alto índice de violência contra a mulher em Roraima e o crescimento de 20% nos homicídios de jovens entre 15 e 29 anos no Estado, apontados recentemente pelo Atlas da Violência.

Para tentar reduzir o percentual, a senadora informou que conseguiu recursos de R$ 2,1 milhões para construção de duas delegacias de Polícia Civil para atender a infância e juventude, tanto para punir adolescentes infratores, quanto para proteção dos menores.

“Ainda no governo Dilma e em parceria com a governadora Suely [Campos (PP)], conseguimos a Casa da Mulher Brasileira. Um espaço amplo e bem preparado para receber as mulheres vitimizadas”, informou Ângela.

A senadora lembrou ter obtido recursos junto a Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal destinados aos Conselhos Tutelares de todos os municípios do Estado, para que tivessem recursos básicos de funcionamento.

Por fim, a senadora mais uma vez criticou a administração federal quanto asmedidas públicas para as mulheres. “É lamentável ver o Governo Federal retirar recursos do orçamento para combatera violência contra a mulher e colocar para fazer propaganda da presidência”, frisou. (P.C.)