Cotidiano

Servidores de Roraima vão aderir à paralisação no dia 28

Todos os 15 municípios de Roraima irão parar por 24 horas na próxima sexta-feira, 28, como parte da greve nacional contra a Reforma da Previdência (PEC 287). Estão sendo convocados, em reuniões extraordinárias, pelo menos cinco mil servidores do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima).

Os municípios de Amajari, Uiramutã, Pacaraima e Alto Alegre ainda receberão as comitivas da Frente Sindical e Popular Contra a Reforma da Previdência, que reúne 32 sindicatos em Roraima e foi criada em fevereiro deste ano. Os demais municípios já estão a par da mobilização do dia 28.

O presidente do Sintraima, Francisco Figueira, afirmou que grupos formados por auditores fiscais e as diretorias dos sindicatos explicam os principais pontos da Reforma da Previdência e como a mudança prejudicará pescadores, trabalhadores rurais e indígenas, que possuem aposentadoria especial devido ao desgaste físico provocado pelas suas rotinas.

“Desde que começou a se noticiar a PEC 287, a Frente Sindical passou a mobilizar as pessoas sobre a reforma. Muito sangue e suor foram derramados décadas atrás para que todos os brasileiros tivessem os direitos que existem hoje. As pessoas ainda não visualizaram o prejuízo que essa PEC trará para as nossas vidas, é preciso que elas tirem um tempo para ler sobre o texto e o entenderem”, argumentou.

“Nós, servidores públicos estaduais, representamos na verdade 60 mil pessoas em Roraima, pois cada um de nós está conectado aos nossos filhos, cônjuges, netos. Alguns de nós podemos não estar ameaçados hoje, mas nossas próximas gerações estarão. Então convocamos também os aposentados e quem não é funcionário público, pois não buscamos apenas os interesses das nossas categorias”, reforçou Francisco Figueira.

Apesar de os servidores públicos sempre terem tido uma aposentadoria diferenciada, ‘azul’ nas palavras do presidente do Sintraima, nem por isso deixarão de estar em vigília quanto a seus direitos. “Mais à frente podemos ser prejudicados”, disse.

TERCEIRIZAÇÃO – A Lei da Terceirização, sancionada parcialmente pelo Presidente da República, Michel Temer (PMDB), no final de março, entrou na pauta da Frente Sindical. Francisco Figueira lembrou os casos negativos a respeito do regime de trabalho, que traz prejuízos aos trabalhadores roraimenses, na sua maioria dependente do serviço público. “Constantemente são publicadas em Roraima matérias sobre empresas que foram fechadas para que finalmente os terceirizados fossem pagos, pois elas não contribuem para a Previdência Estadual e Municipal dos servidores”, citou.

Para evitar que esse tipo de transtorno seja generalizado, o presidente do Sintraima convoca a toda a população a refletir desde agora sobre a perda de seus direitos. “Quando se tornar comum o seu filho trabalhar por seis meses e depois dizer: ‘pai, estou desempregado’, as pessoas de hoje vão se lembrar que quem levantou a bandeira contra a Terceirização tinha razão, mas já vai ser tarde”, lamentou. (N.W)