Cotidiano

Servidores do HGR denunciam falta de medicamentos para realizar cirurgias

Médicos e servidores que atuam no Hospital Geral de Roraima (HGR) estão denunciando a falta de medicamentos essenciais para que ambos possam atuar principalmente no setor da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A situação vem comprometendo a saúde de quem está internado na unidade e depende de cirurgias. 

Conforme a denúncia, a UTI do hospital está funcionando com desabastecimento de medicações que compõem o carrinho de emergência para paradas cardiorrespiratórias. “Além disso, faltam agentes sedativos e bloqueadores musculares para realização de cirurgias de emergências e eletivas”, afirmou um servidor, que preferiu não se identificar.

Segundo ele, também não há medicações para tratar arritmias, correção de distúrbios e antibióticos intermediários para controle de infecção, sendo necessário utilizar drogas mais potentes e com mais efeitos colaterais nos procedimentos cirúrgicos. “O HGR se encontra novamente em situação lastimável quanto ao abastecimento de medicações básicas para atendimento de emergência clínica, sendo suspensas cirurgias por falta de medicações”, disse.

O servidor acusou o Conselho Regional de Medicina em Roraima (CRM-RR) de omissão quanto ao problema. “O CRM não se pronuncia quanto a esta situação e age de maneira omissa, para não dizer conivente com esta barbárie”, declarou.

CRM – À Folha, a presidente do CRM-RR, Blenda Garcia, afirmou que o órgão não recebeu qualquer denúncia sobre a falta de medicamentos no HGR. “Não temos qualquer denúncia sobre isso, nem anônima. Não estamos sabendo de absolutamente nada disso. Fazemos fiscalizações periódicas e na última fiscalização esses problemas não existiam”, disse.

Conforme ela, é fundamental que a denúncia seja feita pelos servidores da unidade, pois o Conselho não tem como atuar de forma periódica na unidade. “Não temos como estar 24h em todos os locais e sabendo de tudo. Se o servidor que está lá dentro não denuncia, não temos como fazer fiscalização e nem tem como cobrar providenciais”, explicou.

A presidente informou que, caso seja constatada a falta de medicamentos na unidade, a comissão de fiscalização do CRM chamará os responsáveis para solucionar o problema. “Principalmente o gestor da unidade para que nos dê respostas, prazo e se existe medicação que possa substituir para que não haja prejuízos aos pacientes. É uma denúncia extremamente séria, e iremos apurar”, frisou.

GOVERNO – Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que está fazendo uma força-tarefa para reforçar o abastecimento de medicamentos e materiais nas unidades de saúde do Estado. Enquanto isso, as cirurgias estão sendo contingenciadas, priorizando as mais urgentes até que o estoque seja restabelecido, o que está previsto para ocorrer na segunda quinzena de abril.

“Esclarecemos que, neste período, as cirurgias de urgência estão sendo realizadas graças ao gerenciamento dos recursos disponíveis. Já os procedimentos que podem esperar (cirurgias eletivas) estão sendo reagendados”, informou.

Conforme o órgão, estes processos são complexos por conta de vários trâmites técnicos que devem ser seguidos, no entanto, a Sesau frisou que está reunindo todos os esforços para resolver a questão o mais rápido possível. (L.G.C)