Cotidiano

Servidores do Tribunal de Justiça paralisarão atividades na quarta

Principal reivindicação é a realização de concurso público ainda este ano para cobrir o déficit de servidores

Servidores públicos que trabalham em todas as comarcas do Tribunal de Justiça do estado de Roraima, que conta com cinco prédios em Boa Vista e outros sete em municípios do interior, paralisarão todas as atividades na manhã de quarta-feira, 13, das 9 horas até as 11 horas. A ação está sendo organizada pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Roraima (SINTJURR).

De acordo com o presidente do sindicato, Luiz Cláudio de Jesus, a paralisação irá ocorrer para que um diálogo possa ser estabelecido entre os servidores das comarcas e a presidência do Tribunal de Justiça, uma vez que os servidores enfrentam sobrecarga de trabalho e, no caso de unidades no interior, plantões sem folga.

“Nós iremos convocar todos os servidores a desligarem seus computadores, descer de seus prédios e ficarem na frente do Tribunal de Justiça durante duas horas, de braços cruzados, totalmente paralisados. Com isso, visamos conseguir algum diálogo junto à presidência do Tribunal de Justiça, uma vez que mostraremos a eles a quantidade de pessoas que estão em busca dessa comunicação”, explicou.

Luiz Cláudio de Jesus reforçou que, no caso de a paralisação não resultar no diálogo dos servidores junto à presidência do Tribunal de Justiça, uma greve passará a ser articulada dentre os servidores através de uma assembleia.

Dentre as principais demandas, se destaca a necessidade de que o concurso público do Tribunal de Justiça seja realizado ainda este ano, para suprir a necessidade mínima de servidores no órgão. Em 2015, uma comissão chegou a ser montada para decidir o andamento do certame, mas, até hoje, não existe retorno algum quanto a possibilidade de sua realização para 2018.

O sindicalista relatou que nunca o Tribunal de Justiça ficou tanto tempo sem a realização do concurso público e, atualmente, a demanda de efetivo cada vez maior está saturando funcionários. Segundo ele, o TJ conta com um pouco mais de 400 servidores e estaria precisando de 700.

“Estamos sobrecarregados, pois o último concurso que tivemos foi em 2012. Por conta de aposentadorias ou servidores que apenas saíram do TJ, muitos cargos ficaram vagos. E, com isso, muitos funcionários desempenham duas ou três funções. Essa é uma demanda que não é só nossa, mas também de toda a sociedade. Tem muita gente esperando por esse concurso”, explicou.

Além disso, o presidente do SINTJURR também destacou que em comarcas do interior é comum os servidores trabalharem seis dias por semana, incluindo feriados, pois não existe uma rotatividade de plantões, como ocorre em unidades de Boa Vista.

“No interior, servidores estão trabalhando seis dias por semana, independente de feriados ou não. No caso da comarca daqui, existe uma rotatividade de funcionários para que haja um revezamento de plantões. Nas comarcas do interior, isso não existe, por falta de funcionários. E isso é injusto com eles”, explicou.

Outra reivindicação do SINTJURR é a aplicação do valor de R$5,6 milhões, previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2018 para o Tribunal de Justiça. De acordo com Luiz Cláudio de Jesus, o Poder Judiciário não sabe em que aplicar o valor.

“Fomos nós, servidores, que fizemos aumentar o valor que foi repassado para o Tribunal de Justiça. Aumentamos o valor para beneficiar a nossa classe. A licença-prêmio, por exemplo, era algo que deveríamos ter direito. Ganhar de modo remunerado por três meses a cada cinco anos de serviço. Mas, atualmente, apenas os magistrados possuem esse direito”, contestou.

OUTRO LADO – A reportagem da Folha entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição, às 21 horas. (P.B)