Cotidiano

Setor aéreo responde por R$ 219 milhões da produção econômica de Roraima

Um estudo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) aponta que o transporte aéreo contribui com 1,7% da produção total de Roraima, ou o equivalente a R$ 219 milhões. Nesse valor, está incluída a receita das companhias aéreas (transporte de passageiros e cargas) e de seus fornecedores, mais o turismo viabilizado pelo setor aéreo. Também entra na soma o consumo familiar dos trabalhadores que integram essa cadeia. A parcela é inferior à contribuição do setor medida no plano nacional, estimada em 3,1% do total da produção brasileira.

Além disso, a aviação e os setores que ela impulsiona geraram 3,6 mil empregos em Roraima em 2015, com o pagamento de R$ 32 milhões em salários. O setor aéreo contribui também com a arrecadação de R$ 13,8 milhões em impostos no estado.

O estudo tem como objetivo medir o impacto da aviação na economia nacional e em todos os estados brasileiros, mais o Distrito Federal. O levantamento tem como base o ano de 2015 e usa fontes públicas, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Em termos relativos, para cada R$ 1 que a aviação adiciona à produção econômica do estado, R$ 4 são gerados em produção na cadeia do turismo catalisado pelo modal de transporte. No tocante aos empregos, para cada posto de trabalho ocupado na aviação, 12 outras pessoas são contratadas no turismo derivado de Roraima.

CENÁRIO – A publicação Voar Por Mais Brasil – Benefícios da Aviação, que contém o estudo, traz não somente os dados dos impactos econômicos do setor, mas apresenta também o quadro de fatores sociais e econômicos que facilitam ou dificultam a oferta de transporte aéreo nas localidades, condicionando assim os resultados verificados.

Roraima contribui com 0,17% do total de embarques anuais em voos domésticos, parcela superior à participação de sua economia na produção brasileira, de 0,13%. A quantidade de viagens aéreas entre os roraimenses é de 0,33 embarque por habitante, inferior à média do país, de 0,47.

A baixíssima densidade demográfica e a pequena produção per capita (apenas metade da média nacional) não compõem um quadro de atratividade ao transporte aéreo. A composição econômica por setores, em contrapartida, com grande participação dos serviços (especialmente governamentais), atua como elemento de compensação. Os números de movimentação turística, por sua vez, são pouco expressivos. A oferta limitada de transporte por outros modais não parece figurar como canalizadora de demanda para a aviação. A penetração do transporte aéreo de passageiros resulta inferior à média nacional. O transporte de carga aérea, de forma semelhante, não apresenta números destacados.

“A tributação sobre o combustível de aviação, ainda que feita em alíquota mínima, não compensa o cenário desfavorável. Ao final, a aviação em Roraima tem participação na produção estadual abaixo da média brasileira, o que enseja uma abordagem estratégica a adoção de estímulos para potencializar os benefícios diretos e indiretos alcançáveis, ampliando a contribuição social e econômica atual”, afirma Maurício Emboaba, consultor técnico da ABEAR.

BRASIL – A aviação brasileira contribuiu com 3,1% da produção total do país, ou o equivalente a R$ 312 bilhões em 2015. Ao todo, foram gerados 6,5 milhões de empregos, com o pagamento de R$ 59,2 bilhões. O transporte aéreo também respondeu pela arrecadação de R$ 25,5 bilhões em impostos.

Segundo o levantamento, tomando como exemplo os números nacionais, para cada R$ 1 que a aviação gera como produção econômica direta, são gerados R$ 5 em produção no turismo viabilizado pelo modal. Se olharmos para as ocupações, para cada profissional contratado pela aviação, mais de oito postos de trabalho são amparados no turismo catalisado.