Cotidiano

Setor hospitalar é o primeiro no ranking de acidentes de trabalho

De acordo com o Observatório Digital da Saúde e Segurança do Trabalho, dos cerca de 3 mil acidentes registrados entre 2012 e 2017, a maioria ocorreu em unidades de saúde

Roraima registrou 3.375 acidentes em serviço de 2012 até 2017, de acordo com os dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. A pesquisa apontou que os principais casos ocorrem em ambientes de atividade hospitalar, envolvendo fraturas no punho ou mão.

Conforme o relatório, dos mais de 3 mil acidentes, os dez setores econômicos com mais comunicações são as atividades de atendimento hospitalar (268), construção de edifícios (217), comércio varejista, de ferragens, madeira e materiais de construção (191), comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de supermercados (155) e atividades de correio (109).

Limpezas em prédios e em domicílios aparecem na sequência (103), seguidos por atividades de ensino não especificadas (98), serviços de engenharia (89), construção de rodovias e ferrovias (84) e obras de terraplanagem (83).

TIPOS DE ACIDENTE – A principal ocorrência foi do tipo fratura (792), seguido de cortes e feridas profundas (531). Na sequência aparecem contusão ou esmagamento (360), escoriação ou ferimento superficial (336) e lesão imediata (301). Ainda houve registros de distensão ou torção (238), luxação (140), lesões múltiplas (91), doenças não identificadas (79) e lesões imediatas (68).

Os dez motivos mais frequentes foram fratura ao nível do punho e da mão (275), fratura na perna, incluindo tornozelo (272), fratura do pé, exceto tornozelo (155), fratura do antebraço (134), fratura do ombro e do braço (127), dorsalgia ou dor nas costas (93).

Existem também os casos de fratura do fêmur (63), luxação das articulações dos ligamentos ao nível do tornozelo e do pé (47), amputação traumática ao nível do punho e da mão (41) e luxação das articulações dos ligamentos da cintura escapular ou da região dos ombros (41).

No caso de acidentes de trabalho com mortes, foram registrados quatro óbitos em 2012; um em 2013; sete em 2014; quatro em 2015; um em 2016 e quatro em 2017.

INDENIZAÇÕES – O Observatório Digital também apresentou dados referentes às indenizações e benefícios pagos aos servidores que se ausentaram da função por conta de acidentes ocorridos em horário de trabalho. Os benefícios acidentários consistem nos valores pagos para auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente no caso de sequelas, entre outros.

No caso de Roraima, a despesa gerada por conta dos afastamentos foi de R$ 14 milhões neste período. Somente de auxílios-doença por acidentes de trabalho, foram registrados 2.121 benefícios pagos. Também foi contabilizada aproximadamente a perda de 309 mil dias de trabalho em função dos afastamentos.

Capital concentra maior número de acidentes de trabalho

Boa Vista teve o maior registro concentrado do Estado de acidentes de trabalho, com 2.658 casos entre 2012 e 2017. A principal ocorrência foi de fraturas (680), cortes (473), contusão ou esmagamento (312); escoriação ou abrasão em ferimento superficial (312) e distensão ou torção (210).

As atividades econômicas frequentemente mais envolvidas são construção de edifícios (207), comércio varejista de ferragens, madeira e matérias de construção (186), comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, no caso, hipermercados e supermercados (155). Também houve 11 ocorrências envolvendo menores de 18 anos e o reporte de sete mortes.

DEMAIS MUNICÍPIOS – Alto Alegre contabilizou 65 acidentes, sendo a maioria de lesão imediata (21) e em atividades de atendimento hospitalar (42). Amajari contabilizou 38 incidentes, sendo a concentração em casos de lesão imediata (11) em atividades de atendimento hospitalar (20). Bonfim obteve 34 acidentes, sendo a maioria de lesão imediata (9) em áreas de cultivo de soja (11).

O Cantá registrou 44 acidentes no período, sendo fratura (9) a principal ocorrência. O ambiente onde mais ocorreram os incidentes foi em áreas de geração de energia elétrica (8). Caracaraí contou 27 acidentes, a maioria causando fratura (8) e em atividades de atendimento hospitalar (8). Caroebe contou sete acidentes, com fratura (3) como a principal ocorrência e a construção de rodovias e ferrovias o principal ambiente (2).

Iracema somou 23 registros de acidente, sendo lesão imediata (9) a principal e envolvendo atividades de atendimento hospitalar (13). Mucajaí contabilizou 48 registros de acidentes, sendo a fratura (15) a maior ocorrência e as atividades de atendimento hospitalar (16) os ambientes principais. Já Normandia obteve 23 registros, sendo a maioria de lesão imediata (9) em atividades de atendimento hospitalar (10).

Pacaraima teve 14 registros de acidentes de trabalho, sendo a maioria causada por doenças não identificadas (4) e em atividades de atendimento hospitalar (12). Rorainópolis contou 97 acidentes, com cortes e feridas sendo a principal (26) e a área de desdobramento de madeira (28) o ambiente onde mais ocorrem. São João da Baliza contou oito casos, sendo os ferimentos por corte (3) os principais, em ambientes de fabricação de biocombustíveis, exceto álcool (3).

Uiramutã teve 26 registros de acidentes de trabalho, com a predominância de lesões imediatas (10) e em atividades de atendimento hospitalar (21). Por fim, São Luiz somou seis incidentes, com a maioria causando fratura (3) e em obras para geração e distribuição de energia e para telecomunicações (2).

RELATÓRIO – O Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho é uma ferramenta utilizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) com a finalidade de monitorar e mapear a situação da segurança e saúde no país.

As informações produzidas nos cruzamentos de dados possibilitam identificar tipos de acidente de trabalho, localidade e setor. Segundo o MPT, o Observatório também serve para auxiliar programas e políticas públicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho. (P.C.)