Política

Sobe para 72 o número de mortos em protestos na Venezuela

Maduro pede que EUA não metam o nariz nos assuntos do país

Dois jovens, de 20 anos, morreram ontem em protestos contra o governo de Nicolás Maduro em dois estados da Venezuela, elevando a 72 os mortos em dois meses e meio de manifestações.

A procuradoria confirmou que investiga a morte do jovem José Pérez, que “se encontrava em uma manifestação” estudantil na localidade de Rubio, no estado de Táchira (oeste), quando “levou um tiro no rosto”.

“Os estudantes foram atacados por uns coletivos (grupos afins ao governo, que a oposição acusa de estarem armados) que disparam sem medir as circunstâncias, efetuando aproximadamente 40 tiros por parte de motorizados”, denunciou Walter Chacón, presidente da câmara de vereadores de Rubio.

O Ministério Público também investiga a morte de Luis Vera na cidade de Maracaibo, estado de Zulia (noroeste), que “estava em uma manifestação quando foi atropelado” por Darwin Rubio, de 37 anos, que será apresentado perante um tribunal.

Os protestos contra Maduro começaram em 1º de abril para exigir a saída antecipada do presidente com eleições-gerais.

As manifestações, que também refutam a Assembleia Constituinte, impulsionada por Maduro para reformar a Carta Magna, costumam degenerar em confrontos e distúrbios que também deixam mais de mil feridos, segundo a Procuradoria, e mais de 3.000 detidos, segundo a ONG Foro Penal.

EUA X Venezuela

As relações entre os EUA e a Venezuela vivem um período bastante difícil: os embaixadores foram retirados, suas funções são executadas por encarregados interinos. No verão de 2016, Maduro declarou a sua prontidão de nomear um embaixador nos EUA e regularizar as relações.

Atingida por uma recessão econômica provocada pela queda nos preços do petróleo, a Venezuela tem sido palco de inúmeras manifestações nas últimas semanas, muitas vezes seguidas de saques a supermercados e outros estabelecimentos.