Cotidiano

Soja renderá a RR US$500mi/ano

A cultura poderá ter números mais expressivos com a implantação de tecnologias atualizadas

A partir da próxima década, o “negócio soja” deverá render US$500 milhões de dólares/ano para a economia de Roraima. A expectativa é que até atingir essa marca, deverão ser plantados 500 mil hectares(ha) da cultura na região central do estado.

Produtores avaliam que atualmente a soja esteja se consolidando. Após os espasmos com a madeira e o garimpo, agora a economia deve entrar no ciclo da produção de grãos. Os resultados positivos virão na medida em que se conquiste eficiência, dominando definitivamente a cultura no lavrado, evitando eventuais desmatamentos.

A soja é seletiva quanto a exigência por água. Assim, o cultivo na região Sul tem restrições porque lá o índice pluviométrico é elevado. De outra forma, a porção superior da área estadual tem entraves, por causa das terras indígenas.

Essas condicionantes forçam a concentração das lavouras na região central, onde existem grandes espaços de lavrado e florestas antropizadas.  Logo, o plantio deverá acontecer em espaços nos municípios de: Boa Vista, Cantá, Alto Alegre, Bonfim, Mucajaí e Amajari. Todavia, produção em menor escala há de ocorrer em outros municípios.

Com a evolução do cultivo, a área plantada com soja deve chegar ao limite de 500 mil hectares, sem implicar em danos florestais ou hídricos. “Com 500 mil hectares de soja vamos transformar essa área em jardins com incremento de US$ 500 milhões no PIB (Produto Interno Bruto) de Roraima”, arriscou o empresário do setor agropecuário e ex-secretário estadual de Agricultura, Álvaro Calegari.

O produtor acredita que da atual área – na casa de 35 mil hectares – até atingir a expectativa de 500 mil hectares levará em torno de 10 anos. Informa que para cada 1.000/ha de ampliação, são necessários investimentos de R$ 3 milhões em equipamentos e melhoria de solo.

“Esse tempo será menor se o produtor investir mais. Melhor ainda se aumentar o preço da soja no mercado internacional. Cito esses números a partir de investimentos com recursos próprios, motivado em fatos excepcionais como aumento de consumo ou frustração de safra em outros países produtores da oleaginosa”, analisou.

Do ponto de vista econômico/financeiro, Álvaro Calegari diz que a produção de soja em Roraima tem dois caminhos: para o Sul, como acontece com o escoamento da safra pelo Porto de Itacoatiara (AM), aproveitando a saída da soja de Mato Grosso. Outro é a saída para o Norte, tendo em vista os mercados consumidores da Guyana e o da Venezuela, este último atualmente com alguma restrição por causa da crise sócio/econômica.

CURIOSIDADES 

Se verdadeira a expectativa dos empresários quanto ao incremento do PIB roraimense, isso se dará em 2% da área total do estado. Menos que a metade do Projeto de Assentamento do Incra em Rorainópolis (300 mil/ha), ou menos de um terço daquela (1,7 milhão/ha) destinada à terra indígena Raposa/Serra do Sol. (C.P)