Política

Suframa afirma que vai intensificar apoio a empresas roraimenses

Anúncio ocorreu após críticas de que o Amazonas seria sempre priorizado pela Superintendência

O Conselho de Administração da Suframa (CAS) realizou ontem, 10, no Palácio Senador Hélio Campos, em Boa Vista, sua 280ª Reunião Ordinária, a segunda realizada fora de Manaus em 2017, após nove anos de reuniões realizadas consecutivamente na capital amazonense. A itinerância é um esforço para combater as críticas que a Suframa recebe por priorizar o Amazonas em sua agenda de incentivos à empresa.

Presidida pelo ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, a reunião teve a participação do superintendente da Suframa, Appio Tolentino, da governadora de Roraima, Suely Campos, do secretário executivo do MDIC, Marcos Jorge, do deputado federal por Roraima, Jhonatan de Jesus, dos deputados estaduais Mecias de Jesus e Gabriel Figueira Picanço, do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima, Rivaldo Fernandes Neves, e do diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Roraima, Arnaldo Mendes Cruz.

O superintendente da Suframa, Appio Tolentino, disse que as reuniões itinerantes demonstram a vontade da Suframa trabalhar não apenas com Manaus, mas com toda a Amazônia e disse que muitas empresas não têm acesso aos benefícios por desconhecimento. “Em face disso estamos fazendo prospecção e preparando reuniões com empresários de Roraima para demonstrar as vantagens que podem ser usufruídas pelos empresários através dos benefícios fiscais administrados pela Suframa. Vamos deixar um grupo de trabalho uma semana em Roraima para que possamos trazer esses empresários para usufruir dos benefícios administrados pela Superintendência que não é de Manaus, é de Roraima, Rondônia e do resto do Amazonas além de Manaus. É essa visão que temos”, disse.

O possível desinteresse ou desconhecimento do empresariado local dos benefícios da Suframa foi rebatido pela coordenadora técnica da Federação das Indústrias de Roraima, Karen Telles Zouein. Ela afirmou que os relatos das empresas industriais junto à FIER têm como ponto em comum a dificuldade de adequação aos critérios estabelecidos pela Suframa para elaboração de projetos. “Percebe-se que eles não são compatíveis com a realidade das empresas locais, além da falta de orientações, divulgação e um acompanhamento mais próximo e frequente, capaz de contribuir com as orientações para que possam ser realizados os ajustes necessários. Isto vem tornando mais difícil a busca de apoio e incentivos”, afirmou.

ESTÍMULO – O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, anunciou que a pasta atuará em três frentes para estimular o crescimento da indústria de Roraima e também para ampliar as exportações no estado. Ele apresentou dois programas de apoio às empresas locais: o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), que visa aumentar a base exportadora nacional, e o programa Brasil Mais Produtivo, cujo objetivo é ampliar a produtividade das empresas participantes.

Segundo a Suframa, foram identificadas cerca de 500 empresas em Roraima com perfil para serem atendidas pelo PNCE. “O foco do programa é treinar as empresas para que elas possam ter a cultura exportadora”, explicou Marcos Pereira. São indústrias de transformação, extrativista, de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura. Por meio do programa, as empresas são capacitadas para vender seus produtos no mercado externo.

O MDIC também estimulará o fortalecimento, no estado, do Brasil Mais Produtivo (B+P). Inicialmente, foram abertas 20 vagas para o programa em Roraima, que oferece uma consultoria personalizada a cada empresa participante. Dois setores foram atendidos: Alimentos/Bebidas e Vestuário/Calçados.

Atualmente, o B+P conta com 1.079 empresas atendidas e outras 1.867 em atendimento. A partir de uma intervenção dentro da firma, são identificados os tipos mais comuns de desperdícios na produção, com o objetivo de tornar o processo mais eficiente e lucrativo.
Uma das empresas participantes do B+P em Roraima, a Tio Ivo Alimentos e Bebidas, alcançou aumento de produtividade de 30%. A empresa, que atua no comércio de arroz, teve também redução de movimentação intrafirma em 31,2%.

Suely defende ampliação da jurisdição da ALC Boa Vista

Suely pediu ainda maior flexibilidade e autonomia de gestão nas ALCs, segundo o interesse de cada Estado, além de pensar nas ALCs como alternativa para as exportações. “Nosso governo vai formalizar essas propostas para o Conselho visando o desenvolvimento regional”, garantiu.