Cotidiano

Supermercado faz retratação à consumidora

Busca pelo direito garantido no Código de Defesa do Consumidor

Na semana passada, um trabalho realizado pelo Procon Assembleia resultou na proteção ao consumidor e na credibilidade do órgão para quem busca assegurar um direito previsto em lei.

A atitude da consumidora Marnilde Silva, que buscou a ajuda do Procon, chamou a atenção porque após ganhar a causa, ela resolveu convertê-la em cesta básica para doar a uma família carente.

Tudo começou quando a professora Marnilde foi a um supermercado da cidade e resolveu comprar alguns produtos anunciados em uma promoção, mas chegando ao caixa os preços não eram os anunciados.

“Na hora de pagar, a promoção estava incompleta, pois faltavam informações na propaganda e não foi permitido que eu comprasse os produtos no valor que fora anunciado. Tentei conversação prévia junto à gerência, mas nada foi resolvido. Pela chateação e outros motivos, como palavras que constrangem a gente, busquei o Procon Assembleia”, contou.

O Procon Assembleia recebeu a denúncia e buscou a conciliação, contou a advogada do órgão, Priscila Wanderley.

“Fizemos todos os procedimentos de praxe e, na audiência, a empresa se prontificou em atender. Porém, fomos surpreendidos com a consumidora que disse que não queria mais os produtos, mas desejaria que fosse convertido em cesta básica para fazer uma doação”, detalhou.

A busca pelo direito garantido no Código de Defesa do Consumidor (CDC), segundo a consumidora, foi para se sentir respeitada.

“Não busquei os meus direitos para simplesmente sair vitoriosa, mas porque queria uma retratação, pois foi uma situação constrangedora. Já tinha decidido que o valor dos produtos em questão iria querer em forma de cesta básica para doar, tendo em vista a questão da crise humanitária que estamos vendo nas ruas de Boa Vista. Vou doar para uma família carente para amenizar um pouco os problemas que estamos tendo”, disse.

O resultado final levou a professora Marnilde a ter outra visão sobre o Procon.

“Superou minhas expectativas. Antes dessa ação não tinha conhecimento da efetividade do Procon, sabia que ele existia, que tentava uma conciliação, porém das outras vezes que busquei foram infrutíferas as conciliações. Dessa vez, busquei na esperança dessa retratação, que fizesse essa ponte de conversa entre o consumidor e a empresa, e tive sucesso. Agora acredito sim, que temos que buscar e lutar pelos nossos direitos porque eles existem, mas estão no papel e temos que estar lá, fazer valer a pena”, reforçou.

Ela chamou a atenção para o distanciamento que existe entre o consumidor e a empresa na hora de resolver problemas de pequeno porte.

“Falta ainda comunicação. Infelizmente, a gente ainda tem esse problema, principalmente no mercado, e comunicação é tudo. Esse problema poderia ter sido evitado, o Procon não deveria ter sido buscado se tivesse tido uma comunicação entre o consumidor e a empresa”, afirmou.

#supcomale-rr

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