Cotidiano

Suplementação nutricional é distribuída em creches de Roraima

Estratégia pode reduzir em até 38% os casos de anemia e em 20% a deficiência de ferro na infância

Com o objetivo de prevenir anemia e controlar carências nutricionais na infância, o Ministério da Saúde lançou ontem, 2,  o NutriSUS, estratégia que distribuirá 49 mil sachês de vitaminas e minerais para fortificar a alimentação ofertada em nove creches no Estado de Roraima.A iniciativa irá beneficiar 828 crianças de seis municípios do estado.

Para participar da ação, o município deve ter aderido ao Programa Saúde na Escola (PSE). As creches que recebem a fortificação são escolhidas pelo gestor local. O Ministério da Saúde investiu R$ 7,5 milhões na ação, que atenderá mais de 330 mil crianças de 6.864 creches em 1.717 municípios por todo o país.

Para 2015 está previsto um investimento de R$ 12,5 milhões para a compra de 40 milhões de sachês. A iniciativa é realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

A definição das creches que receberão a suplementação alimentar nessa primeira fase do programa levou em consideração àquelas com mais de 95% das crianças com idade entre 6 e 48 meses, municípios da região Norte e Nordeste e creches dos municípios do Sul, Sudeste e Centro-Oeste com mais de 110 crianças na faixa prioritária.

No Brasil, estima-se que uma em cada cinco crianças menores de cinco anos apresentem anemia, sendo mais frequente em menores de dois anos. A expectativa é que a suplementação alimentar reduza este índice.

De acordo com o Estudo Nacional de Fortificação da Alimentação Complementar (ENFAC), realizado pelo Ministério em parceria com a USP, a suplementação reduz em 38% os casos de anemia e em 20% a deficiência de ferro após o uso do sachê em pó. A participação no programa é voluntária e depende do interesse do gestor municipal em aderir à iniciativa.

“Para garantir o pleno desenvolvimento na infância é fundamental fazer uma complementação com micronutrientes que permita o enfrentamento não só da mortalidade, mas também das infecções, desnutrição e obesidade. Por isso, é um grande desafio garantir uma alimentação saudável e fortificada para as nossas crianças. Desta forma contribuímos para termos crianças mais saudáveis”, avaliou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A falta de micronutrientes nos primeiros anos de vida pode prejudicar o desenvolvimento, causar doenças infecciosas e respiratórias, levar à desnutrição e ate à morte, sobretudo nas populações com menor renda, que tem menos acesso à alimentação balanceada. Uma alimentação equilibrada é um dos fatores para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável.

O sachê que será entregue para as creches é composto de 15 micronutrientes e é facilmente administrado, devendo ser adicionado uma vez ao dia em uma das refeições oferecidas à criança.

O suplemento não altera o sabor do alimento, o que evita rejeição, é de fácil absorção pelo organismo e não causa irritação gástrica. O consumo do sachê deve ser feito durante 60 dias e ter uma pausa por quatro meses. O ciclo deverá se repetir até a criança completar três anos e onze meses.

“Não estamos substituindo a merenda escolar de maneira alguma. A fortificação não altera o sabor da comida servida na creche, ela apenas complementa a alimentação diária, desta forma as crianças estão ingerindo os micronutrientes de forma saudável”, esclareceu o ministro.

A estratégia está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que recomenda a fortificação com múltiplos micronutrientes para aumentar a ingestão de vitaminas e minerais em crianças. Aproximadamente 50 países usam essa estratégia ou estão em fase de implantação. A ação integra o Brasil Carinhoso, que compõe o Plano Brasil Sem Miséria do governo federal.

SAÚDE NA ESCOLA

Criado em 2007 pelo governo federal, o Programa Saúde na Escola (PSE) é uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação para promover a melhoria da qualidade de vida dos estudantes da rede pública de Ensino.

Voltado à promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos, o programa prevê a ida de profissionais de saúde às escolas, de forma articulada com as equipes de educação, para acompanhar as condições de saúde dos estudantes e realizar ações de promoção de estilos de vida saudáveis. Avaliação e orientação nutricional, incluindo o combate à desnutrição e à obesidade infantil, fazem parte do Programa.

No ano passado, o PSE passou a incluir mais alunos de creches e pré-escolas.  Em 2013, foram disponibilizados R$ 39 milhões para execução do PSE nos municípios.

Fonte: Agência Saúde