TJ pede ajuda do CNJ e do Ministério da Saúde

As informações repassadas pela superintendência da Polícia Federal em Roraima ao Tribunal de Justiça de Roraima (TJ/RR) e aos demais órgãos competentes, sobre o aumento significativo de imigrantes venezuelanos em Roraima, motivaram a presidente do órgão, desembargadora Elaine Bianchi, a repassar os dados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao banco nacional de monitoramento de prisão e ao Ministério da Saúde.

O objetivo é dar um parecer e pedir apoio sobre o crescente aumento de refugiados que estão cruzando o Município de Pacaraima, que faz fronteira com a Venezuela, em direção ao Estado de Roraima.

Em nota, o Tribunal de Justiça detalhou que está trabalhando em parceria com a Polícia Federal no atendimento das demandas referentes às crianças e adolescentes venezuelanas.

A Folha teve acesso a dados repassados esta semana pela Polícia Federal em Roraima ao Tribunal de Justiça, detalhando que milhares de venezuelanos estão caminhando em direção ao Brasil. Na segunda-feira da semana passada, 1.200 imigrantes foram atendidos pela PF, número que se repetiu no dia seguinte.

Os dados informam ainda que somente na segunda-feira, dia 22, foram atendidas aproximadamente 800 pessoas na superintendência da Polícia Federal, solicitando refúgio e residência temporária, o que motivou reforço e otimização das atividades por parte dos servidores para que todos os pedidos sejam atendidos e encaminhados ao Comitê Nacional para Refugiados.

PREOCUPAÇÃO – A secretária adjunta Extraordinária de Gestão Internacional, Fátima Araújo, confirmou os números à Folha e detalhou que na tarde de ontem, 23, ocorreu uma reunião no posto de saúde do Município de Pacaraima com diversas autoridades, incluindo o comando do Corpo de Bombeiros, em relação ao crescente número de imigrantes venezuelanos que chegam a Pacaraima.

Segundo Fátima, muitos estão debilitados, o que causa um aumento na demanda da única unidade de saúde do município. “Estamos buscando uma maneira de solicitar, em caráter de urgência, apoio do Governo Federal. O abrigo dos indígenas Warao em Pacaraima tem capacidade para 170 e hoje, dia 23, já são mais de 350, obrigando crianças e idosos a ficarem ao relento. Outra situação preocupante é as famílias que estão caminhando com destino à capital Boa Vista a pé pela BR-174. Vimos um grupo com mais de 100 pessoas, incluindo crianças, se deslocando para buscar abrigo. Em Pacaraima, nas calçadas dos comércios, triplicou o número de famílias que estão ao relento e, no palco do Micaraima, mais de 45 se aglomeram com crianças”, relatou. (R.G)