Cotidiano

Tartarugas podem entrar para lista de animais em extinção em Roraima

O número de nascimento de filhotes caiu drasticamente, colocando autoridades ambientais em alerta

Apesar de todos os esforços realizados pelas equipes que compõem o Programa Quelônios da Amazônia, os traficantes de tartarugas estão vencendo a guerra e, segundo os técnicos, a cada temporada de reprodução vem diminuição no número de nascimento de filhotes nos tabuleiros de reprodução de quelônios no baixo Rio Branco.

De acordo com a Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), somente na temporada 2013/1014 foram 45 mil nascimentos, contra 37 mil na 2014/2015 e 27 mil na 2015/2016. Nesta temporada que encerrou semana passada nasceram somente cerca de 16 mil filhotes, uma redução bastante preocupante.

Segundo o coordenador do programa, o médico veterinário Raimundo Cruz, a redução indica que a espécie pode entrar pra lista de animais em risco de extinção na região do Baixo Rio Branco em pouco tempo.

“É possível perceber que nos últimos anos os traficantes têm capturado principalmente as matrizes mais velhas, que chegam a por até 130 ovos. Já os que estão no início da vida reprodutiva colocam apenas cerca de 60, podendo chegar até 90 ovos”, destacou.

Ainda segundo o veterinário, as pessoas que praticam esse crime não se importam com a presença das equipes de manejo na região do baixo rio Branco.

“Na temporada passada, por exemplo, enquanto uma equipe de jornalistas fazia uma matéria sobre a reprodução das tartarugas eles se depararam com uma carga de quase 200 tartarugas que haviam sido capturadas na frente da praia Santa Fé, principal tabuleiro de desova dos animais e onde fica localizado o acampamento das equipes de manejo do Programa Quelônios da Amazônia”, contou.

A realização periódica de fiscalização é a única alternativa para a reversão do atual quadro, uma vez que ao longo dos últimos anos poucas ações foram realizadas com a finalidade de coibir o crime de captura e tráfico de tartarugas para o estado do Amazonas, principal mercado consumidor de tartarugas da Amazônia.

Segundo os relatos dos integrantes das equipes de manejo, assim que encerram os trabalhos de retirada dos filhotes e soltura e desmontam o acampamento no tabuleiro Santa Fé, no dia seguinte os tartarugueiros já ocupam o acampamento e passam a colocar seus capassacos (Rede de malha de fibra de alta resistência utilizada para a captura das tartarugas) em vários trechos do rio Branco a fim de capturar as matrizes.

O Programa Quelônios da Amazônia é formado por órgãos de defesa ambiental, sendo elas Femarh, Ibama, ICMbio, Delegacia de Polícia Ambiental e Cipa.

Com informações da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh).