Política

Telmário diz que reconstrução de Roraima deve começar por combate à corrupção

O senador afirmou que Roraima não se desenvolve economicamente devido à corrupção, que vem impedindo avanços em diversos setores

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, domingo, 22, o senador Telmário Mota (PTB), pré-candidato ao Governo do Estado, afirmou que Roraima só vai se desenvolver economicamente quando a população decidir iniciar um combate sem trégua à corrupção.

Ele destacou que os eleitores devem tirar do poder aqueles que estão há mais de 20 anos travando o desenvolvimento do Estado em setores como a energia, infraestrutura, regularização fundiária e o esperado enquadramento dos servidores do ex-Território.

O senador começou lembrando a composição do Produto Interno Bruto (PIB) de Roraima. “Nossa matriz econômica, 49% vem do contracheque, 36% do serviço e comércio, 9% da indústria e 6% da agropecuária. Essa economia é mais fraca que caldo de piaba, pois esse ainda tem uma proteína. Não sustenta ninguém, não tem dinheiro pra fazer nada. Nosso estado tem que levar um choque de realidade. A população deve acordar e perceber que o que trava isso é a corrupção”, disse.

Ele citou como fruto da corrupção, a falta de uma unidade de Pronto Atendimento na estrutura municipal de saúde em Boa Vista. “O mesmo grupo político está à frente da cidade de Boa Vista há mais de 20 anos. É vergonhoso as únicas unidades de Pronto Atendimento serem de responsabilidade do Estado. Essa é a única capital do país onde isso acontece”, atacou.

Outro ponto citado pelo parlamentar foi o setor energético. Há anos a população de Roraima sofre com constantes quedas de energia e fornecimento instável oriundo da Venezuela. “Já deveríamos estar ligados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio do Linhão de Tucuruí. Agora que as coisas começaram a andar, o Governo Federal pode mudar a gerência da Funai e atrasar ainda mais o andamento deste processo. Isso tudo acontece devido à corrupção. Se tivéssemos governantes sérios e comprometidos com nosso povo, a situação seria diferente”, lamentou.

Quanto à destinação de recursos para o Estado, o parlamentar afirmou que é necessário o reordenamento das prioridades. Citou como exemplo o Teatro Municipal e o Anel Viário. “Duas obras faraônicas, elefantes brancos, que levaram milhões dos cofres públicos que deveriam ser investidos em setores mais importantes como saúde, educação ou para o desenvolvimento da economia”, disse.

ENQUADRAMENTO – Quanto ao enquadramento dos servidores do ex-Território federal, o senador afirmou que a situação vem sendo utilizada como moeda de troca por longos anos. “Na verdade o sofrimento em relação a esse enquadramento é proveniente de erro do Governo de Transição, que teve como governador Romero Jucá. De lá para cá isso virou moeda de troca de diversos políticos, inclusive dele, que pede voto prometendo enquadramento”, afirmou.

Ele lembrou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 79 contemplou 18 servidores da prefeitura, fiscais tributários e deixou de fora os ex-policiais. Já a PEC 98 é mais ampla e não exige a evolução da escolaridade. “Essa última PEC estava bem completa. Porém o relator, o senador Romero Jucá, não aceitou os estagiários, cooperativados e terceirizados. Ele derrubou as emendas da senadora Ângela Portela, que contemplavam todos os servidores, inclusive os do legislativo e do judiciário. Só aí 5 mil famílias ficam de fora. Ou seja, ele está brincando com sonhos de pessoas”, afirmou.

ELEIÇÕES – Como candidato ao Governo do Estado, o senador afirmou que se cercou de uma equipe competente e ficha limpa. “Temos um plano de governo para reconstruir Roraima, precisamos acabar com a corrupção que nos mantém no atraso”, concluiu.