Telmário promete mudar práticas  políticas quando for governador

O senador, que é candidato ao governo de Roraima, falou sobre Roraima não se desenvolver economicamente devido à corrupção nos poderes, que vem impedindo avanços em diversos setores

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, neste domingo, 12, o senador licenciado Telmário Mota (PTB), pré-candidato ao Governo do Estado, afirmou que, se for eleito governador, vai mudar as práticas políticas que, segundo ele, estão corrompidas em Roraima.

“Esse modelo que está aí está falido e o resultado é a crise, a corrupção e a estagnação do nosso estado. Sei que reformar uma casa é mais difícil que construir uma casa do zero, mas vou acabar com essa mamata que existe hoje em Roraima”, disse.

Telmário Mota citou que Roraima é o único estado que gasta 77% de sua receita corrente líquida com servidores e disse que a contenção de despesas será uma das suas prioridades. “Isso é um absurdo, pois se gasta quase o limite do que a lei de responsabilidade permite. A Assembleia Legislativa, por exemplo, gasta R$ 15 milhões por mês com 2 mil servidores. Isso vai acabar. Temos um monte de carros e prédios alugados e vamos cancelar esses contratos e usar os nossos prédios, além de unificar secretarias para que trabalhem integradas onde for preciso. Vamos  buscar economizar onde for possível e vamos cortar na carne, tirando mordomias e burocracias de todos os setores”, destacou.

Entre as mudanças políticas administrativas destacadas pelo candidato, ele citou o relacionamento com os poderes e os gastos públicos que devem ser minimizados. Telmário também citou que se for eleito governador, muita coisa vai mudar em relação aos gastos dos poderes.

“O Legislativo não pode gastar 300 milhões enquanto gasto menos de R$ 43 mi com agricultura. O Judiciário não pode gastar R$ 240 milhões, enquanto gasto R$ 215 com educação. Eu não tenho medo de fazer mudanças, pois não devo nada à justiça e nem a ninguém. No meu governo, político não vai ter indicação de secretário, nem de diretor. Os cargos são privativos meus enquanto governador e a pessoa que estiver no cargo deve obediência apenas ao governo”, falou o senador, enviando recado para a classe política. “Os deputados aproveitem que os convênios que têm com o governo vão acabar. Deputado vai fazer seu papel e trabalhar comigo na fiscalização do governo. Fiz um levantamento e sei que se a eleição fosse hoje voltava 50% a 60% dos deputados que estão aí, pois as coligações foram feitas para eles serem reeleitos. Mas isso não me assusta, pois sou interventor do povo e vou acabar com as mordomias cortando o mal pela raiz. Pois tiram dinheiro da segurança e da agricultura para se locupletar e o tempo da vaca gorda vai acabar com a minha reforma política que vai ser profunda”.

Campanha – O candidato ao governo afirmou que está andando com sua pampa pelos municípios anunciando sua candidatura e levando suas propostas de governo. “Sempre fiz da rua meu gabinete e nesse momento tenho ampliado ainda mais essas conversas. Tenho buscado falar com as lideranças em todo o estado. Minha campanha é focada em propostas que o povo possa entender, pois esse sistema está falido politicamente, economicamente e socialmente. Temos que ter um novo ciclo de políticos em nosso estado e para isso temos três desafios: um ajuste fiscal, uma reforma política e administrativa profunda e o desenvolvimento econômico sustentável”, afirmou.

Carro de som – Na entrevista, que está sendo feita com todos os candidatos ao governo, Mota reclamou da proibição de uso de carro de som durante a campanha eleitoral e disse que a lei foi modificada por sua causa.  “Os amplificadores que eu usava para falar nas feiras não pode mais. O senador do mal conseguiu aprovar na Câmara e por causa de Roraima não pode mais usar no Brasil todo. Hoje pra eu usar meu carro de som eu tenho que estar numa carreata, numa caminhada ou num comício. Parece brincadeira uma coisa dessas. Minha pampa vermelha ter influenciado nessa decisão”.

Alianças – Telmário disse que teve cuidado na composição de suas alianças para não se aliar a partidos políticos corrompidos e foi buscar aqueles partidos que ideologicamente estavam mais próximos de seu plano de governo. “Veio comigo, o PV, a REDE, o PT e o PTB e me dão uma folga de quase 2 minutos de rádio e televisão. Temos uma só coligação para federal com o teto dos candidatos, dois senadores, e duas coligações para estaduais com 86 candidatos”.

Sobre alianças com políticos e partidos que estão no atual cenário, Mota declarou que não tem e nem quer ter. “Não quero usar a coisa pública em meu favor e nem quero esses políticos viciados. Em Roraima não fazem políticas públicas. Hoje não vejo vereador dizer que meu patrão é o povo. As pessoas confundem a parceria política com subordinação. É um sistema viciado que não serve e se você quer novo ciclo tem que mudar a política e então não pode ir com viciados. Como vou bater em corrupção, se do meu lado tiver um ladrão? Então para eu bater em corrupção tenho que estar com o povo, como eu fui para o Senado. Hoje falo o que bem entender, pois não sofro pressão externa. Para assumir Roraima tem que dar cavalo de pau, Roraima não precisa de governador, precisa de um interventor do povo, e vão ver o que eu vou fazer.  vou mudar a cara de Roraima”.

Ajuste Fiscal – Sobre o ajuste fiscal que pretende implementar, Mota disse que o governo gasta mais do que recebe, gasta muito e gasta mal. “Recebemos R$ 3,6 bilhões e tiradas as despesas obrigatórias, temos receita líquida de R$ 1,6 bilhão e temos despesa e R$ 1,7 bi. Então já temos déficit anual logo de cara, com um orçamento gastando mais do que recebe. Isso significa calote, pois não temos dinheiro para novos investimentos. Temos que ter contenção de despesas e vamos reduzir para um patamar mínimo necessário para ter modelo de gestão eficiente. Vamos reduzir salários e serei implacável contra a corrupção. Nosso governo não vai roubar, não vai deixar roubar e vamos botar na cadeia quem roubar”, enfatizou.