Uma reintegração de posse de uma área de invasão localizada na Travessa Mestre Albano, no bairro Pricumã, zona oeste da capital, provocou confusão e tumulto na tarde de ontem, 13. Cerca de 50 casas foram construídas irregularmente em um galpão abandonado, que servia de apoio a uma empresa que prestou serviço ao Governo Federal há décadas.
Além do proprietário do terreno, que estava no local com uma máquina para destruir as casas, policiais militares acompanharam a reintegração de posse e contiveram os ânimos dos envolvidos. Apesar de muita confusão, nenhuma pessoa ficou ferida. Uma casa de madeira foi destruída, mas os policiais mediaram um acordo entre as partes e os ocupantes terão 48 horas para deixar o local.
Segundo a dona da casa destruída, ela estava com a filha de oito anos realizando afazeres domésticos quando foi surpreendida com a ação da máquina. Rapidamente ela e a criança saíram do local e, do lado de fora, ela se deparou com o tumulto dos vizinhos que tentavam proteger suas moradias. “Eu estava em casa, fazendo minhas coisas quando ouvi o barulho da máquina, que começou a derrubar a estrutura que construí. Minha filha se assustou e eu corri com ela, sem saber o que estava acontecendo. Quando saí, vi meus vizinhos juntos para defenderem suas moradias”, afirmou.
De acordo com o ocupante Storlone Neto, cerca de 50 famílias moram no local, incluindo alguns venezuelanos, que não têm para onde ir. Alguns ocupantes moram no terreno há dez anos. Storlone Neto questionou a decisão judicial apresentada pelo proprietário do terreno. “São muitas famílias que estão morando aqui. Muitas delas há mais de dez anos e outras novatas de venezuelanos. Não acreditamos nessa liminar e não vamos sair daqui. Iremos continuar na área, nas nossas casas e lutar pelo que é nosso”, disse. (E.S)