Cotidiano

Testes rápidos detectam novos casos de HVI/Aids entre jovens no Carnaval

Campanha de conscientização durante o período festivo fez crescer procura por testes; faixa etária de pessoas infectadas ficou entre 13 e 25 anos

O fim da folia de Carnaval revelou números preocupantes em relação à descoberta de novos casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) entre jovens na Capital. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a realização de testes rápidos detectou a infecção por HIV/Aids em pelo menos cinco pessoas entre 13 e 25 anos.

De acordo com a secretaria, a procura por testes rápidos aumentou depois do Carnaval, uma vez que a exposição às doenças cresce nessa época do ano. “Os números ainda não foram fechados por conta do mapa que as unidades ainda não encerraram. Mas a tendência é sempre aumentar com as campanhas que a secretaria faz”, disse o coordenador de DST/Aids da Semsa, Sebastião Diniz.

Segundo ele, foram distribuídos 28 mil preservativos masculinos e femininos durante os cinco dias de folia. “A maior procura foi entre os estrangeiros, além de adolescentes, casais, terceira idade, público LGBT e garotas de programa. A nossa preocupação tem sido conscientizar os jovens em relação ao risco de transar sem preservativo, que continua sendo a forma mais eficaz para evitar as DSTs”, afirmou.

As campanhas de conscientização sobre a importância do uso do preservativo fizeram dobrar a procura por testes rápidos entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017. No último mês do ano passado, foram realizados 1.231 testes de HIV, 987 de sífilis, 932 de Hepatite C e 965 de hepatite B. Já em janeiro deste ano foram 1.831 testes de HIV, 753 de Hepatite C, 1.800 de hepatite B e 1.888 de sífilis.

“Estamos agora com um projeto que iniciará neste mês em cinco escolas da zona Oeste. Iremos trabalhar com a gravidez na adolescência, porque essas áreas têm número alto desses casos. Faremos oficinas diferenciadas para atender esse público exigente no sentido da atenção”, destacou Diniz.

Conforme o coordenador, os testes podem ser feitos em qualquer unidade de saúde da Capital, sem a necessidade de agendamento. “As unidades não estão mais fazendo agendamento depois da implantação do acolhimento, que é feito conforme a demanda. Isso fez aumentar a procura. Caso o resultado seja positivo, a pessoa pode procurar tratamento na mesma rede pública em que fez o teste”, frisou.

CASOS – Em 2016, Boa Vista registrou 349 novos casos de sífilis, desses, 101 foram verificados em gestantes. Já o HIV/Aids infectou 135 pessoas. A hepatite B foi diagnosticada em outras 81 pessoas. (L.G.C)