Política

Trabalhadores protestam contra Reforma da Previdência

Sindicalistas reclamam que as medidas não estão sendo discutidas com os trabalhadores

Caixões e cruzes expostas em frente a Assembleia Legislativa de Roraima foram a maneira que os trabalhadores de diversas categorias, organizados por meio de sindicatos de classe, apresentaram na manhã sexta-feira, 10, demonstrando a indignação com relação a PEC 287 (Proposta de Emenda à Constituição) que faz mudanças na aposentadoria do brasileiro.

Intitulada popularmente como ‘PEC da Morte’, a PEC da Previdência, segundo reclamam os sindicalistas, não está sendo discutida com os trabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Fiscais de Tributos do Estado de Roraima, Jackson Kardec, disse que como a PEC não foi discutida em Brasília com a sociedade, os sindicalistas resolveram solicitar uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Roraima, evento que ocorreu nesta sexta-feira, para que a população tenha conhecimento dos prejuízos que a PEC trará aos trabalhadores brasileiros.

“Um dos maiores prejuízos é o período de contribuição que passa a ser de 49 anos. Achamos isso um absurdo. Nenhum trabalhador consegue isso. Nossa expectativa de vida em média no Brasil é de 64 anos de idade, considerando que a maior parte desses contribuintes está concentrada no Sul e Sudeste, onde se tem maior qualidade de vida”, ressaltou Kardec.

A presidente da CUT e da Federaçao dos Trabalhadores Rurais em Roraima, Maria Alves da Silva, defende que os direitos dos brasileiros adquiridos com muita luta das classes não podem ser perdidos.

“Essa PEC da morte quer acabar com os direitos de todos os trabalhadores e principalmente dos rurais. Além disso, ela veio para acabar com as mulheres que na regra atual se aposentam aos 55 anos de idade”, disse.

Segundo Maria, o ideal é que seja mantido o direito de se aposentar aos 55 anos, no caso das mulheres, e aos 60 anos, os homens.

Também contrário à PEC da Previdência, o presidente do Sindsep (Sindicato dos Servidores Públicos Federais), José Carlos Gibim, ressaltou que a PEC veio para retirar direitos e não para ampliar.

“Pelas regras atuais muitos trabalhadores não conseguem se aposentar atualmente e com a proposta apresentada agora, a dificuldade será ainda maior para que os trabalhadores tenham o benefício da aposentadoria”, avaliou.

Com a esperança de que esses debates e a indignação dos trabalhadores cheguem até o Congresso, o presidente do Sintraima (Sindicato dos Servidores Efetivos do Poder Executivo em Roraima), Francisco Figueira, reclamou da falta de debate com a presença da sociedade em Brasília.

“Espero que em Brasília tomem conhecimento do nosso posicionamento e entendam que não queremos a reforma do jeito que ela está proposta”, disse.

Com informações da SupCom ALE-RR