Cotidiano

Vendas do comércio varejista caem em RR

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados em relação às vendas no varejo no Brasil, que tiveram uma redução de 0,3% em junho em comparação a maio deste ano. A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) mostrou ainda que esse é o segundo resultado negativo consecutivo no ano, acumulando uma perda de -1,5%.

Roraima foi o estado que mais teve redução nas vendas, com um total de -3,1%, ficando na frente de Pernambuco com -2,2% e o estado do Amazonas, com -1,8%. Desde o começo do ano, o estado tem tido variações nos resultados desses números. Em janeiro, as vendas representavam 8,8%, em fevereiro, caiu para 5,7%. Março apresentou o primeiro saldo negativo, com -0,5%, assim como no mês seguinte, com resultado de-3,9%. Em maio, o resultado voltou a ser positivo, com 3%.

A pesquisa não esclarece quais foram os principais setores que tiveram perda em Roraima, no entanto, no Brasil, o volume de vendas em livros e papelarias tem diminuído nos últimos meses, assim como combustíveis. Já as vendas de supermercados e artigos farmacêuticos são os que apresentam os melhores resultados.

Conforme o economista Fábio Martinez, esses dados estão diretamente ligados com o aumento do desemprego e os reflexos da crise econômica. Para o especialista, a falta de abertura em relação aos setores que foram analisados na pesquisa dificulta o entendimento de onde a problemática está ocorrendo. 

“Não olhando essa pesquisa, mas olhando outros dados, como a geração de emprego, se a gente analisar no começo desse ano, foi horrível para o comércio. Teve mais demissões do que contratações, ou seja, está se perdendo postos de trabalho dentro do comércio. Geralmente, para o empresário demitir pessoas é porque uma movimentação não está boa”, afirmou.

O economista ressaltou ainda que a expectativa para este ano era que o país começasse a retração dos impactos causados pela crise econômica, porém, não foi o que aconteceu. “No final do ano passado teve um número maior de contratação temporária, o que não teve em 2016 e 2015, então aparentava que ia ter uma retomada de crescimento, mas não foi isso que surgiu”, levantou.

Nem mesmo as vendas da Copa do Mundo foram suficientes, conforme era esperado pelos empresários para investimento nos setores de varejo, o que acaba refletindo no número de vendas. “A crise econômica e o aumento do desemprego refletem nisso porque aqui em Roraima aumentou o desemprego, tanto pelo fraco movimento econômico, quanto o fluxo migratório que também fez aumentar o número de pessoas procurando emprego”, completou.

Martinez comentou ainda que os números mostrados pelo IBGE também são resultados do desabastecimento na construção civil, ocasionado pelo período de chuvas. Quando o setor está aquecido, acaba movimentando melhor a economia. 

Contudo, o especialista acredita que, no segundo semestre do ano, é possível que o crescimento econômico volte a acontecer por conta do período favorável, com o fim do inverno e a volta da construção civil, além das datas festivas que geram mais lucro. “Temos uma perspectiva positiva, provavelmente vai ser um crescimento parecido com o que foi o do ano passado, que não foi tão alto assim”, encerrou. (A.P.L)